31/01/2022 às 11h40min - Atualizada em 31/01/2022 às 11h40min

Brasil: o maior produtor de café do mundo, conheça essa história

Lucas Widmar Pelisari

Lucas Widmar Pelisari

Músico, escritor, formado em investigação forense e perícia criminal

AB Notícia News
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo. No entanto, você sabe como essa história começou? A princípio, o café fazia parte das famosas especiarias árabes. Com o passar dos anos, a Europa também teve acesso a ele e a ingredientes como pimenta, cravo, canela e outros tipos de alimentos e temperos.
 
No Brasil, as primeiras mudas de café foram plantadas em 1727, no Pará por Francisco de Melo Palheta. A partir daí, sua produção se expandiu pelo litoral, até chegar ao Rio de Janeiro em 1760.
 
A produção de café comercial para exportação só começou a partir do século XIX. Ela apenas foi possível pelo aumento da procura no mercado pelos Estados Unidos e pela Europa. Essas plantações iam da Baixada Fluminense até o vale do rio Paraíba, entre Rio de Janeiro e São Paulo.
 
Na época, o café era plantado por meio do sistema plantation. Ele se caracterizava por utilizar mão-de-obra escrava e grandes latifúndios de monocultura voltada à exportação.
 
Grande parte dos investimentos iniciais vieram dos próprios fazendeiros, motivados pela expansão econômica advinda da chegada da Família Real ao Brasil, em 1808. Que tal conhecer mais sobre essa história? Prepare um cafezinho e vamos lá!

Técnicas de produção

A princípio, a produção de café era bem simples. A partir de áreas já desmatadas, as mudas eram plantadas e demoravam cerca de cinco anos para começarem a produzir. Durante esta espera, outros alimentos eram plantados no entorno, principalmente os que alimentavam a população.
 
A colheita era feita manualmente pelos escravos que, depois, colocavam os grãos para secarem em áreas abertas, como grandes pátios. Após secos, os grãos eram separados das cascas pelos monjolos. Estes eram pilões enormes, geralmente movidos por força de água, como cachoeiras e nascentes.

As terras roxas

Antigamente levado por mulas para ser exportado no Rio de Janeiro, o café promoveu a evolução dos meios de transportes, como a construção de ferrovias. Isso auxiliou a interligação entre algumas regiões do Império, como as que faziam conexão com o Oeste Paulista, onde era plantado o café, e o Porto de Santos, que se fortaleceu após as ferrovias.
 
As terras roxas são uma referência aos imigrantes italianos. Eles chamavam a terra vermelha onde era plantado o café de terra rossa, interpretada pelos brasileiros como “terra roxa”.

Comissários do café

Os grandes latifundiários levaram os nomes de “Barões do Café”. Mas, e os comissários? Eles eram os intermediários entre os latifundiários e os exportadores. Eles controlavam as vendas do café e garantiam aos latifundiários créditos para a expandirem a produção, além da compra de produtos importados.
 
O café tornou possível grandes transformações no Brasil do final do século XIX ao início do século XX. Permitiu a urbanização de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e algumas do interior paulista. Auxiliou também a industrialização do país e o desenvolvimento do sistema bancário.

Evolução

No início do século XX, o café sofreu uma grande retração econômica. Isso obrigou o governo a adquirir grande parte da produção, de forma a reduzir a oferta para aumentar a demanda.
 
Após esse fato, o café conseguiu se estabilizar no mercado nacional.  Atualmente, o Brasil é responsável por 32% do café exportado no mundo e é o segundo maior mercado consumidor da bebida.

Novas tecnologias

Se antes eram os escravos que colhiam o café, atualmente existem colheitadeiras para fazer isso muito mais rapidamente. Para selecionar os frutos, as próprias máquinas os separam e categorizam por cor, deixando o processo muito mais prático e eficiente.
 
O Brasil, além de investir em tecnologia de gerenciamento remoto, armazenamento em nuvem e muito mais, também tem usado a ciência para melhorar a qualidade do café. O melhoramento das mudas e a criação de fertilizantes especiais, por exemplo, têm garantido o sabor e aroma inigualáveis de nosso café.

O futuro do café

Para o futuro, as expectativas são o aumento mundial do consumo de café. Para isso, o nosso país vem se preparando, não só em novas tecnologias, mas em expansão das áreas de cultivo.
 
Outros setores são os de cafés especiais e bebidas em cápsula. Esses mercados, cada vez mais aquecidos, tendem a se expandir ainda mais. Afinal, ninguém costuma recusar um cafezinho em nossas terras, certo? Ainda mais com a qualidade melhorando continuamente e com receitas diversas para o consumo diversificado do produto. 
 
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