29/05/2023 às 16h50min - Atualizada em 29/05/2023 às 16h48min

Como entender a precificação de imóveis

Lucas Widmar Pelisari

Lucas Widmar Pelisari

Músico, escritor, formado em investigação forense e perícia criminal

Para quem está indo morar sozinho pela primeira vez ou está se mudando de casa, é importante saber a diferença entre preço e valorização dos imóveis. Muitas casas e apartamentos têm o custo alto por causa da região onde estão localizadas, isso significa valorização, então, muitas vezes, o condomínio ou o terreno da casa não condiz com o valor exigido, mas o bairro e a vizinhança sim. Saber essa simples diferença pode ajudar na hora de comprar ou alugar. 

Truques como esses salvam o bolso, principalmente para quem tem desejo de morar nas principais capitais do Brasil e procuram apartamentos em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, que acabam sofrendo uma precificação maior do que em outras regiões justamente por causa da vizinhança e contam com maiores números de transporte público, mercados e hospitais. 

Nos tópicos abaixo é possível entender melhor a diferença entre precificação e valorização e outros aspectos como arquitetura, história do imóvel e engenharia, tudo o que pode influenciar o valor final de uma compra ou aluguel. 

Precificação X Valorização 

No início do artigo, há um exemplo simples e rápido de como entender a diferença entre precificação e valorização. Áreas que estão próximas de setores comerciais são mais caras. O maior exemplo disso é a capital de São Paulo, que tem um dos valores de compra e aluguel de imóveis mais caros do Brasil. Casas e apartamentos que estão próximos de regiões de comércio na capital paulista, como Brás e Bom Retiro, são mais procuradas do que imóveis em regiões mais afastadas ou periféricas, isso significa valorização. 

Por mais que o apartamento e a casa no centro comercial não tenha a melhor estrutura ou não esteja de acordo com os padrões do comprador, o valor será mais alto porque está em uma zona de comércio que conta com diferentes opções de transporte público. 

Alguns imóveis que estão em bairros não tão próximos do centro comercial podem ter um preço elevado por causa do terreno ou da estrutura, isso significa precificação. O comprador vai estar pagando por algo físico e não pela importância do bairro ou da vizinhança. É importante entender isso para não fazer uma compra ou fechar um contrato de aluguel acima do esperado. Se você deseja pagar pelo imóvel, então procure em bairros menores. Se você quer pagar pelo bairro, procure nos centros. 

História

Outro  fator que implica diretamente no valor dos imóveis é a história dos bairros. O centro das cidades, além de contar com comércio e transporte, também tem mais peso em relação à história, pois, geralmente, as primeiras arquiteturas da cidade foram levantadas no centro, o que faz carregar uma bagagem histórica que vai refletir no valor final. 

Bairros históricos contam com arquiteturas protegidas pelo poder público, são casas e prédios que foram construídos na época do Brasil colônia e têm traços únicos da arquitetura europeia, principalmente a arquitetura portuguesa. Preservar esses imóveis é uma maneira de preservar a lembrança e a história do país, então, se for o desejo de comprar ou alugar um imóvel com essas características, saiba que algumas prefeituras, dependendo da cidade, não permitem reformas, além do preço ser mais elevado.   

Arquitetura e engenharia  

Esses são dois tópicos que estão muito atrelados ao fator histórico. Quanto mais jovem uma construção, mais moderna ela será, então o valor da modernidade vai aparecer no cheque, enquanto nos imóveis históricos o que pesa é o valor simbólico que aquilo traz para o país.

Nos condomínios que foram construídos a partir de 2010, é possível contar com vista infinita nas sacadas. É um tipo de ilusão óptica utilizada por arquitetos que faz com que o observador tenha a sensação de estar olhando para um horizonte infinito. É uma opção muito atraente para quem tem como principal exigência uma boa sacada. 

Nos prédios mais antigos, principalmente aqueles construídos antes dos anos 1990, não é possível observar esse truque de óptica, justamente porque são prédios menores, ou seja, têm como principal vista outros prédios, o que não possibilita a vista infinita. 

A arquitetura e a engenharia impactam diretamente no valor dos imóveis. Assim, quem compra ou aluga paga pelo preço físico, não por questões sociais, históricas e abstratas. É necessário ter em mente o quanto se deseja gastar e como se deseja gastar — investir em um bairro mais importante historicamente ou em um imóvel que não tem esse valor social, mas possui um valor físico. 

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