25/07/2022 às 10h04min - Atualizada em 25/07/2022 às 12h04min

Rombo nas contas externas recua 25% até março, e investimentos diretos são os maiores em dez anos, diz BC

Banco Central estima que, neste ano, contas externas podem ter o primeiro saldo positivo desde 2007. Resultado do primeiro trimestre foi influenciado pela melhora na balança comercial.

G1
https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/07/25/rombo-nas-contas-externas-recua-25percent-ate-marco-e-investimento-direto-avanca-para-us-24-bilhoes.ghtml
Banco Central estima que, neste ano, contas externas podem ter o primeiro saldo positivo desde 2007. Resultado do primeiro trimestre foi influenciado pela melhora na balança comercial. As contas externas do país registraram um resultado negativo de US$ 13,1 bilhões no primeiro trimestre do ano, informou nesta segunda-feira (25) o Banco Central. O resultado representa diminuição de 25% no rombo na comparação com o mesmo período de 2021.
O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
Só no mês de março, as contas externas brasileiras registraram um rombo de US$ 2,76 bilhões. No mesmo período do ano passado, o resultado negativo somou US$ 5,18 bilhões.

De acordo com o BC, a queda no déficit das contas externas neste ano está relacionada, principalmente, a uma melhora na balança comercial, que teve superávit de US$ 84 bilhões no primeiro trimestre. No mesmo período de 2021, a balança teve déficit de US$ 3,49 bilhões.
Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, afirmou que as contas externas permanecem com um déficit em conta corrente baixo, o que reflete a força das exportações brasileiras - resultando em saldos comerciais recordes.
"Mas há um crescimento de importações de bens e serviços, e das remessas de lucros das empresas estrangeiras que atuam no país [que contribuem para aumentar o déficit das contas externas]. É um indicador normal para um país que está recuperando seu crescimento, mas permanece com déficits correntes baixos e situação externa bastante sólida", acrescentou.
Para todo ano de 2022, a expectativa do Banco Central é de uma melhora nas contas externas. A estimativa da instituição é de um superávit de US$ 4 bilhões. Se confirmado, será o primeiro saldo positivo desde 2007.
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Investimentos estrangeiros
Já os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 7,58 bilhões em março deste ano, em comparação com US$ 7 bilhões no mesmo mês do ano passado.
Nos três primeiros meses deste ano, ainda segundo o Banco Central, os investimentos estrangeiros somaram US$ 24,13 bilhões, com alta de 24,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 19,32 bilhões).
Fernando Rocha, do Banco Central, observou que os investimentos diretos, no primeiro trimestre, foram os mais elevados para esse período desde 2012, quando somaram US$ 29,4 bilhões, ou seja, em dez anos.
"Isso mostra que esses ingressos de investimentos estrangeiro são bem mais do que suficientes para financiar o déficit em transações correntes [de US$ 13,1 bilhões no primeiro trimestre]. O que também reforça a solidez das contas externas do país", acrescentou.
Em todo o ano passado, os investimentos estrangeiros no país totalizaram US$ 46,441 bilhões. A previsão do BC é de que, em 2022, eles cheguem a US$ 55 bilhões.

Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/07/25/rombo-nas-contas-externas-recua-25percent-ate-marco-e-investimento-direto-avanca-para-us-24-bilhoes.ghtml


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