Após desabar parcialmente no último sábado (4), a ponte do terminal marítimo de São Tomé de Paripe, no subúrbio de Salvador, é utilizada por pedestres de maneira improvisada no início da manhã desta segunda-feira (6). A área foi isolada pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) depois do ocorrido, no entanto, usuários continuam passando pela estrutura.
No desabamento, três pessoas caíram na água e sofreram ferimentos leves. Elas transportavam frutas, bebidas e outros materiais que seriam levados para Ilha de Maré, e perderam todas as mercadorias.
O terminal está desativado desde 2016, por questões estruturais. Ainda assim, é utilizado por ser o único acesso de embarcações que fazem a travessia entre São Tomé de Paripe e a Ilha de Maré, que pertence a Salvador e faz parte do arquipélago da Baía de Todos-os-Santos.
Segundo moradores da região, os barcos maiores precisam utilizar o píer para atracar. Já menores fazem embarque e desembarque de passageiros na beira do mar. Em 2017, usuários já reclamavam de fazer a travessia entrando no mar, pois embarcações maiores não conseguem se aproximar da areia para que as pessoas entrem e por isso, os passageiros seguiram se arriscando ao andar pela ponte e entrar nos barcos.
Um morador identificado pelo prenome de Geovani disse que chegou cedo ao local para fazer a travessia por meio de canoa. "Estou chegando agora de manhã cedo para carregar tudo na canoa. É uma dificuldade, por ser menor", disse.
O que dizem o governo da BA e a prefeitura
O terminal é de responsabilidade da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra). Em nota, o órgão disse que a empresa que fará a recuperação está contratada e já tem autorização, por parte do governo, para início das obras. Ainda segundo a Seinfra, o equipamento será interditado temporariamente para que os reparos sejam feitos.
O órgão estadual explica que a obra ainda não teve início porque a empresa vencedora, Tecnocret Engenharia, aguarda solicitações da Prefeitura para obter licenças obrigatórias. A nota diz ainda que o governo acionará a empresa para que conclua os trâmites junto ao poder municipal. Após a finalização da obra, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agerba) fará a concessão do terminal, que deverá ser administrado pela empresa vencedora.
A prefeitura de Salvador também se manifestou sobre o caso. Em nota, diz que tem acompanhado a situação e que a Tecnocret deu entrada no processo para a execução das intervenções na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), no dia 23 de julho de 2021. Quatro dias depois, após análise realizada pelos técnicos do órgão, a secretaria solicitou alguns documentos que, até o momento, não foram apresentados pela empresa.
A prefeitura ainda informa que no dia 11 de novembro, a Defesa Civil de Salvador fez uma vistoria no local e constatou sérios riscos causados pela falta de manutenção. A situação foi informada à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) e à Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado da Bahia (Seinfra), conforme o poder público municipal.