24/04/2020 às 20h08min - Atualizada em 24/04/2020 às 20h08min

Motoboys ganham reconhecimento da população

Com o isolamento social, é essa categoria que muitas vezes tem salvado os consumidores quando se quer adquirir um item sem sair de casa ou mesmo garantir um almoço.

Ab Noticia News
Por: Rayllanna Lima Tribuna da Bahia, Salvador
Reginaldo Ipê / Tribuna da Bahia

O serviço feito por motoboys que atuam com aplicativos, seja para entrega de alimentos ou produtos diversos, ganhou notoriedade durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Com o isolamento social, é essa categoria que muitas vezes tem salvado os consumidores quando se quer adquirir um item sem sair de casa ou mesmo garantir um almoço. Trabalhadores que se tornaram essenciais, mas que alegam descaso por parte dos “patrões”.

Presidente do Sindimoto Bahia, entidade que representa a categoria, Marcelo Barbosa disse à Tribuna que a classe vive seu melhor e pior momento. Melhor, porque os motoboys estão recebendo o reconhecimento da população. Pior, por terem que trabalhar sem os instrumentos necessários para lutar contra o vírus.

“A avaliação para àqueles que precisam dos motoboys é positiva. Nesse momento de pandemia, o trabalho dos motoboys é muito importante para a população. Em contrapartida, há um descaso pelas empresas que contratam os motoboys, que não fornecem os equipamentos devidos, o EPI [equipamento de proteção individual]. [Os motoboys] estão custeando esses equipamentos - álcool em gel, luvas, máscaras - do próprio recurso dele”, disse.

Segundo ele, além das empresas que atuam em Salvador, como iFood, Rappi e Uber Eats, a categoria também não recebe apoio de alguns estabelecimentos que utilizam dos aplicativos para comercializar produtos. “Alguns restaurantes não estão deixando eles entrarem para fazer a higiene das mãos. Pela população estão tendo uma boa avaliação, mas não é reconhecido nem pelos restaurantes, pizzarias, que não dão assistências adequadas, nem as empresas de aplicativos, que, por qualquer motivo, também bloqueiam eles. É um absurdo o que está acontecendo. Eles ficam jogados nas calçadas, ao léu, tomando chuva e sol”, afirmou.

Em defesa da categoria, o sindicato ingressou com uma ação no Ministério Público do Trabalho (MPT). “É preciso que os órgãos competentes fiscalizem esse trabalho, que está sem nenhuma estrutura. Eles recebem muito pouco pelas entregas e ainda têm que custear, do próprio bolso o EPI. É um trabalho desumano. Nos outros estados, as mesmas empresas oferecem o EPI, mas fazem o que querem aqui em Salvador. Nos tratam como lixo. Os motoboys saem por necessidade, e as empresas que atuam aqui não dão respeito nem direitos aos motoboys que fazem entregas por aplicativos. Temos de quatro a cinco mil motoboys nessa situação”, completou Marcelo Barbosa.


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