01/06/2023 às 11h11min - Atualizada em 01/06/2023 às 11h11min

Acordo sobre dívida dos EUA pode desacelerar economia no mundo

Governo dos EUA aceitou restringir gastos até 2025. Freio maior na economia americana pode gerar efeitos no Brasil

AB Notícia News
Metrópoles
Megan Jelinger/Anadolu Agency via Getty Images

O acordo nos Estados Unidos (EUA) sobre a dívida do país, embora caminhe para encerrar o imbróglio que agitava os mercados há semanas, pode aumentar os efeitos de desaceleração na economia.

 

A principal preocupação entre economistas diz respeito às restrições de gastos do governo, firmadas entre o governo Joe Biden e o Congresso no fim de semana. O texto está em conversas finais e deve ser votado a qualquer momento.

O governo atingiu em janeiro o teto da dívida do país, de mais de US$ 31 trilhões (mais de 120% do PIB), e precisava de um acordo que autorizasse gastos acima desse limite.

Assim, foi acordada uma suspensão dos limites da dívida até 2025. Em contrapartida, o governo se comprometeu a manter o gasto público estável nos próximos dois anos e aumentá-lo em apenas 1% em 2025.

 

A projeção da gestora Kínitro Capital é que o acordo, nesses termos, gere impulso fiscal negativo da ordem de -0,4% do PIB americano em 2024.

“Ou seja, o impulso fiscal trabalhará para um crescimento menor do PIB ao longo do próximo ano. Esse fator impactará negativamente o crescimento em 2024”, diz Sávio Barbosa, economista-chefe da Kínitro.

Em abril, a estimativa do Fundo Monetário Internacional para a economia americana era de crescimento de 1,6% em 2023 e de 1,1% em 2024. O resultado representaria uma desaceleração frente aos 2,1% de 2022, mas ainda não uma recessão, isto é, uma queda do PIB.

No entanto, a preocupação ocorre porque, nos últimos trimestres, os gastos do governo tiveram efeito importante no crescimento dos Estados Unidos, o que tende a ser reduzido a partir de agora.

 

 

Como agravante, há o fato de que os riscos de recessão já estavam no radar diante do aperto monetário promovido pelo banco central americano, o Fed.

Para conter a inflação recorde em 2022, o Fed promoveu dez altas consecutivas na taxa de juros. O patamar atual (com juros entre 5% e 5,25%) é o maior desde agosto de 2007. O desafio do banco central do país será garantir o chamado “pouso suave”, uma desinflação via alta de juros, mas sem levar o país à recessão.


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