28/10/2019 às 10h14min - Atualizada em 28/10/2019 às 10h30min

Plan País, de Juan Guaidó, foi apresentado em detalhes na capital paulista

Venezuelanos se reuniram na capital paulista para conhecer as estratégias do documento que apresenta um plano de reconstrução da Venezuela. Maria Teresa Belandria, embaixadora no Brasil, e representantes exilados participaram do evento

DINO
Dario Ramirez, Maria Tereza Belandria, Juan Andrés Mejía e Aquiles Hopkins


A diáspora venezuelana residente em São Paulo se reuniu na última segunda-feira, 21 de outubro, no Auditório Paulista Premium, para conhecer mais detalhes sobre o planejamento que impulsiona o governo do presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, para a reconstrução desse país sulamericano. O Plan País, como é chamado, é o produto do debate de grupos de especialistas venezuelanos e pretende assentar as bases da reconstrução da Venezuela, os elementos que o compõem, abordando desde a atenção da crise humanitária até o desenvolvimento de um novo modelo econômico que permita restaurar a capacidade de produção.

As questões relacionadas às áreas agroalimentar e energia foram o centro da apresentação. Aquiles Hopkins, Coordenador Técnico do Plan País Agroalimentar, foi o responsável por apresentar as propostas do documento/estudo para o desenvolvimento dos campos venezuelanos. "Necessitamos de uma agenda positiva. Vamos lutar pelo o que queremos e acreditamos. A Venezuela perdeu muito nas últimas décadas, especialmente sua capacidade de produção agroalimentar. O Brasil é um parceiro estratégico nesse momento neste segmento", afirma Hopkins.

O deputado e presidente da Comissão Especial da Assembleia Nacional da Venezuela para o Plan País, Juan Andrés Mejía, ficou encarregado de apresentar aos participantes as questões de matéria energética. "Temos que oferecer mais pressão internacional à ditadura atual e o Brasil é um país chave na região, por isso iremos à Brasília conversar com as autoridades para ver novas maneiras de aumentar essa pressão", contextualiza Mejía, vindo especialmente de Washington, Estados Unidos, onde vive atualmente, pois é um perseguido político da ditadura de Nicolas Maduro.

Além de trocar ideias no âmbito do estudo, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre o Plano "Vuelve a Casa" ("Venha para Casa"), que visa gerar as condições necessárias para que milhões de venezuelanos retornem ao seu país de origem. "É um trabalho articulado e cada um doa seu tempo, pois somos todos voluntários. Acreditamos no que fazemos e queremos contar com o apoio de cada venezuelano vivendo no exterior", disse o coordenador Internacional do Plan País, Darío Ramírez.

Já a embaixadora venezuelana no Brasil, María Teresa Belandria, destacou a importância da participação da diáspora venezuelana no Plan País e na recuperação da Venezuela. "Temos que começar do zero e são as mulheres que mudarão o país", citou a diplomata e reforçando que são 14 embaixadoras espalhadas pelos países que reconhecem o governo de Guaidó. Questionada sobre sua atuação nos oito meses morando no Brasil, respondeu que não se preocupa com uma embaixada luxuosa, chef, motorista ou outras ofertas. "A embaixada é no hotel onde moro. Quando preciso de favores peço a colegas embaixadores e conto com minha equipe onde cada um tem um papel fundamental. O Governo brasileiro já nos ajuda muito especialmente através do exército apoiando nossos irmãos que cruzam a fronteira, validando àqueles que têm passaportes vencidos entre outros exemplos", finaliza Belandria.

O otimismo e a esperança da diáspora venezuelana foram reforçados com as propostas concretas apresentadas no evento. Os participantes manifestaram seu apoio ao Plan País e pediram que esse tipo de evento continuasse, permitindo que eles fizessem parte das soluções que lhes permitiriam voltar para casa. Além disso, o turismo foi pontuado como uma das áreas que mais sofreram com a atual situação do destino com o fim de voos internacionais e a queda no número de chegadas.

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