O olhar se perde em meio a tanta beleza logo na entrada. Os detalhes transbordam, a começar pelos portões de bronze — redescobertos depois da remoção de várias camadas de tinta —, enormes e primorosos, à altura da sétima maior biblioteca do mundo. Após cinco anos encoberta por tapumes, a fachada da Biblioteca Nacional foi revelada ao público. Mas é a visita guiada e gratuita que dá a real noção da importância dessa instituição, responsável por preservar e difundir a memória do país. A estonteante claraboia com vitrais coloridos, as escadarias com corrimões banhados a ouro: não faltam detalhes de tirar o fôlego durante a visita ao edifício, no Centro do Rio.
Por quase uma hora, os participantes são provocados a relembrar fatos históricos e conhecem algumas das relíquias do acervo, como a Bíblia de Mogúncia, de 1462, um dos primeiros livros impressos no mundo, e um conjunto de evangelhos gregos do século 11.
— Tudo me impressionou. Já vi lugares muito lindos, mas nada parecido a isso. Queria morar aqui — conta a estudante Luisa de Azevedo, de 11 anos, que acompanhou o tour promovido pela Biblioteca.
A historiadora Thais Gonçalves Silva, 24 anos, já esteve no local, mas nunca tinha feito a visita:
— O tour faz diferença. O contexto histórico nos leva a entender a relação da cidade com o prédio.