Sete anos depois de atuar em "Cordel encantado", Luiz Fernando Guimarães volta à TV no papel do vilão de "O tempo não para", trama que substituirá "Deus salve o rei', a partir do dia 31 de julho. O personagem dele, Amadeu Barone, bilionário, viúvo, sem filhos e de saúde frágil, verá nos congelados que despertam de 1886 em pleno século XXI, o segredo para sua vida eterna. Ele acredita que sendo congelado por criogenia poderá ser curado no futuro.
— É um assunto inovador. Entra na ciência, na matemática, nessa coisa futurista que ronda a gente, se é ou não real. Dizem que o Michael Jackson foi congelado, metade do cérebro do Walt Disney também... Têm essas histórias. E a novela fala também sobre humanidade. Um cara solitário, cheio de problema, que quer viver 200 anos e tem todo direito. Ele encontra nesses congelados a fórmula para que sobreviva. Ele é engraçado pra caramba — adianta o ator, que ao contrário do personagem, não gostaria de viver para sempre:
— Acho o futuro terrível. Não gosto da ideia de vida eterna, acho que tem um tempo para tudo. Não quero ir para Marte, nada disso. Mas deve ser legal o cara pensar em dormir e só acordar daqui a 100 anos. Daí ele percebe: "Ih, está uma m...". Aí volta a ser congelado (risos).
Já com relação às redes sociais, comunicação virtual, Luiz Fernando admite ser viciado:
— Gosto de falar artisticamente. Não me posiciono social nem politicamente. Acho uma chatice. Tem sempre prós e contras, aí a página (na internet) vira um debate político que não é o caso. Gosto de me relacionar. Estou na novela por causa disso, para conhecer pessoas. Acho bom para vida. Não estava com saudade de fazer novela, nem pensando, mas aí o Leo (Leonardo Nogueira, diretor) me chamou para conversar e foi bom o papo. Fui na intuição, gostei da ideia.
Como um de seus personagens mais emblemáticos da TV, o "Super sincero", o artista assume que ser contratado por obra não é um problema para ele:
— Nunca tive uma relação de funcionário com a empresa. Sempre foi por obra. Também não quero ficar de funcionário porque não é uma posição muito confortável. E minha relação com a casa é ótima assim. A história dessa novela começou porque eu fui falar com o Silvio de Abreu (diretor artístico da Globo) sobre um programa, e ele me disse: Pô, Luiz, e esse negócio de você não fazer novela?''. Mas quem disse que eu não faço novela? Faço, sim, é só me chamarem, e eu gostar. Uma semana depois o Leo me ligou. Sempre tenho ideia para programa, fiz isso a vida inteira, o conhecimento que o público tem de mim é desse tipo de trabalho, inclusive.
Zero deslumbrado com a fama, Luiz Fernando diz que não deixa de fazer o que gosta nem de frequentar lugares públicos, como blocos de carnaval com o marido, Adriano Ribeiro, por conta de assédio. Coisa que, segundo ele, nem é alvo.
— Eu gosto de sair, e saio mesmo! Sou carioca, as pessoas estão acostumadas a me ver no Rio. Pode ser que agora com a novela isso mude um pouco, mas eu não sofro assédio. Quando vou para a rua nem penso nisso. É verdade que, hoje, tem sempre alguém te filmando, fotografando, mas quando não estou a fim eu não saio de casa!