Créditos: Waldir Évora / Hemily Borba Jonathas Groscove, CEO da Agência Groscove, Alexia Simensato – CMO também da Groscove – e o Broker Imobiliário, Samuel Lana, falam como a estratégia dos micro apartamentos pode ser utilizada em diferentes mercados para contornar a Selic de quase 14%, lidando com a alta inflação e o baixo poder de compra, mesmo trabalhando com um público que dispõe de um grande poder aquisitivo.
Mas primeiro é importante entender a estratégia do mercado imobiliário:
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“O conceito dos micro apartamentos não é novo. Na verdade, ele surgiu em 1972, quando foi inaugurada a Torre de Cápsulas em Tóquio, que tinham apartamentos de aproximadamente 10 m2. Entretanto, hoje, devido aos grandes centros, como São Paulo, e dos altos preços metro quadrado, as incorporadoras e construtoras (como Vitacon e várias outras), para conseguirem agregar valor e continuar fechando a conta têm diminuído o tamanho dos apartamentos. A partir do momento que você diminui o espaço, você cobra, por exemplo, 150 mil reais, vendendo um lar de aproximadamente 20 m2.” – explica Samuel.
O Broker também diz que atualmente, os micro apartamentos fazem sentido para um público, que são pessoas que moram sozinhas, não são tão apegadas e também para, principalmente, o mercado de locação. Ele explica que, para quem compra como investimento para alugar, é como se fosse um quarto de hotel, com uma certa individualidade, uma particularidade, onde a pessoa pode viver tranquila e tem todo o acesso serviços extras disponibilizados pelo prédio.
“Eu acho que, desde que tenha público querendo comprar o produto, ele está sendo bem criado. Acredito que olhando para esse público, a geração Milenium, eles estão vivendo nos grandes centros. Me parece superinteressante no sentido de as pessoas explorarem a cidade, procurarem parques locais dentro dessas metrópoles, locais onde eles vão encontrar amplitude e liberdade. Dentro de 20 metros quadrados, por mais que tenha uma varanda, uma sacada, você não consegue ter isso.” – continua Samuel Lana.
O conceito de micro apartamento veio também, como uma estratégia para o mercado de produtos de alto padrão. Quando se fala no setor de marketing que trabalha com empresas grandes como a Groscove, que já atende, por exemplo, a Unilever e a Coca-Cola, que fazem parte do mercado no qual se tem um giro de capital muito alto.
“Antes a Groscove reservava um horário, profissionais, modelos com um único intuito, por exemplo, fazer conteúdo para uma campanha de joias. Hoje, pós-pandemia e até mesmo no período pandêmico, esse processo foi otimizado. Ao invés de fazer fotos e vídeos só para campanha aproveitamos o tempo, a estrutura e os profissionais para atualizar as fotos do portifólio do fotografo e da modelo, fazer a campanha de joias, talvez a divulgação da roupa que a profissional esteja usando. Os intervalos, usados anteriormente para descanso, passou também a ser aproveitado para a gravação de conteúdo para o Instagram e TikTok.” – explica Alexia Simensato.
Segundo Jonathas, isso é um movimento normal de qualquer empresa saudável, em resposta ao cenário econômico atual. Por mais que o seu público seja de elite, ele é afetado, fazendo com que seus investimentos sejam mais inteligentes, voltados ao retorno financeiro que eles vão ter. Dentro do mercado de publicidade e marketing, as marcas, as empresas e os gestores estão muito mais atentos em como que eles podem otimizar uma diária, um profissional para que eles consigam fazer mais, pagando o mesmo.
O publicitário explica que, assim como o mercado imobiliário tem essa estratégia de micro apartamentos, isso também se adequa em outros setores. É preciso que, aqueles com alto ticket no preço dos produtos, se adequem e tenham estratégias.
“A Groscove tem uma estratégia muito parecida com a dos micro apartamentos, aplicada no audiovisual, que por serem conteúdos para campanhas de grandes empresas, marcas e artistas, é comum que seja aplicada a estratégia de fragmentação de diária para otimização da produção.” – diz o CEO.
“Hoje fazemos duas, três, quatro, campanhas de marca simultâneas que se conectam estrategicamente, na mesma diária ou dentro do mesmo período de produção. E isso é ótimo, porque as empresas tanto pessoais, quanto empresas de marcas mesmo, conseguem ter valores mais acessíveis, por dividir com outras empresas. Além de conseguirem comprar mais, fazendo gastos que vão rentabilizar.” – completa Alexia.
Jonathas também afirma que mesmo depois da economia se estabilizar, o formato ainda vai ser utilizado, já que ele fornece um trabalho de alta qualidade de forma mais acessível, com mais a influência, um networking, conexão, muitas coisas que podem surgir daquele encontro. “É preciso ter um mercado, gestores, principalmente o de marketing, que consigam pegar esse caos de mercado e ainda assim não deixar a empresa morrer, fazer uma boa gestão de crise.”, finalizou.
