16/08/2022 às 14h19min - Atualizada em 17/08/2022 às 00h21min

Foco em lucratividade deve vir antes da busca por investimentos

Wagner Muller, que atuou como CEO da Compufour antes da compra pela gigante italiana Zucchetti, conta sua visão sobre negócios e como uma pequena empresa do interior de SC captou o interesse de uma multinacional.

SALA DA NOTÍCIA Litiane de Oliveira
Assessoria de Imprensa
Divulgação

Em uma negociação de R$100 milhões, a Compufour, empresa que nasceu em Concórdia, interior de Santa Catarina, foi integrada, em outubro de 2020, ao grupo italiano Zucchetti. Como uma pequena empresa atuando no interior, com clientes de micro varejo conseguiu chamar atenção de uma gigante multinacional italiana, presente em diversos países é uma pergunta cuja resposta tem uma forte ligação com a história do ex-CEO da Compufour, Wagner Muller. 

 

Hoje, atuando como Head POS Business Unit da Zucchetti no Brasil, Wagner sustenta o pensamento de que uma empresa tem que gerar lucro antes de receber investimentos, e foi isso que ele buscou para a Compufour, que já tinha 40 mil clientes ativos no Brasil e sistemas que movimentavam cerca de R$ 36 bilhões anualmente  quando atraiu o olhar da Zucchetti. 

 

“Sempre tive esse pensamento de que a empresa precisa se sustentar e ter rentabilidade. Isso se mostra importante quando a sua ferramenta é boa e está adequada ao mercado ao qual você se propõe atender, pois ela se sustenta. Nós vimos essa oportunidade no micro e pequeno varejo, um setor que muitas vezes é bombardeado pela oferta de ferramentas complexas, mas que na prática precisa apenas de soluções simples, mas que atendam às suas necessidades. Ele não precisa de um banquete, muitas vezes um prato de feijão e arroz (bem temperado) é suficiente”, acrescenta. 

 

Na história de Wagner, porém, o que fez a diferença foi não deixar de ter  ousadia. Natural de Concórdia, ele entrou na Compufour em 1996, quando deixou um emprego em um escritório de contabilidade para ser office boy na nova empresa.O que chamou atenção dele foi a possibilidade de usar um computador para testar o código que ele desenvolveu por hobbie em um bloco de papel. Com grande interesse em trabalhar com código fonte, Wagner arriscou mudar de emprego para ter o direito de acesso a um computador. 

 

Em contato com sistemas e softwares, o interesse de Wagner por programação aumentou. Ao mesmo tempo, a Compufour cresceu, e chegou um convite para participar da Fenasoft, em São Paulo, pelo Governo do Estado, no pavilhão de SC. 

 

“Não tínhamos essa noção de que uma feira é um evento para se mostrar, construir network. Na nossa visão, queríamos vender. Então fizemos umas caixinhas com o software em disquete, uma espécie de kit e vendemos todas, mais de 200 unidades. Por isso eu digo que, às vezes, a ignorância é aliada da ousadia. Nós não sabíamos como uma grande feira funcionava, e, por isso, acabamos inovando e vendendo muito bem”, aponta. 

 

Foi também neste evento que nasceu o modelo de negócio que daria espaço para a expansão da empresa. Wagner conta que, na feira, um visitante comprou dez unidades do software, para revender em sua cidade, mas pedindo um desconto. 

 

“Para nós era uma oportunidade e fizemos a metade do valor. Até hoje, nossos 1.700 canais em todo Brasil vendem com no mínimo 100% de lucro”, revela Wagner. 

 

Ele foi se desenvolvendo com a empresa. Em 2005, virou programador e comprou 1% da Compufour. Depois, teve uma experiência fora do Brasil, onde visitou Vale do Silício e NRF em Nova York por vários anos seguidos, se aperfeiçoou, mas, principalmente, conheceu a mentalidade das pessoas e empresas referência em tecnologia. Em 2015, tornou-se sócio majoritário, em 2018 foi promovido a CEO, até que, em 2020 ocorreu a integração à Zucchetti. 

 

“Hoje temos 45 mil CNPJs conosco e almejamos ser a maior do Brasil no setor de micro e pequeno varejo. Pretendemos fechar 2022 com o dobro de funcionários, um salto de 150 para 300, e com mais de 90 mil usuários”, comentou. Wagner contou sua história no Varejo Tech Day,  que ocorreu no mês de julho, em Florianópolis,

 

Investimentos em gestão e governança

A história de sucesso da Compufour, tem outras bases que foram construídas para preparar a empresa para continuar em um mercado que mudou muito em 25 anos. O processo começou pela profissionalização da gestão, que havia até então sido encabeçada pelos sócios. Eles formaram um conselho, mas a administração passou a ser feita por executivos de mercado que foram contratados para esta finalidade. 

 

Ao mesmo tempo, foi implantada uma estrutura de governança, com bases na transparência, respeito, comunicação clara e também na criação de normas, regras e fiscalização. 

 

Outro ponto foi a profissionalização do setor de Recursos Humanos, como conta a diretora de RH, Ana Paula Zancanaro Socha. “Nós implantamos um RH presente e ativo, que participa da gestão, discutindo políticas e questões estratégicas, sendo agente de mudança. Afinal, em todos os processos da empresa existem pessoas, então nada mais adequado que elas estarem representadas nas decisões”, aponta. 

 

Apetite pelo futuro

A compra da Compufour foi um passo importante para o crescimento da Zucchetti no Brasil, mas a pretensão da empresa italiana é continuar expandindo no país. Dentro dessa estratégia, novos M&As devem ser anunciados neste ano. A empresa está investindo cerca de R$ 150 milhões, buscando expandir os negócios e aumentar em 50% seu faturamento. 

 

Com 40 anos de mercado, a Zucchetti é uma multinacional italiana com números expressivos. Na Europa, nos últimos 10 anos, a empresa já fez mais de 150 aquisições e atualmente fatura mais de 1 bilhão de euros por ano. Com mais de 8 mil colaboradores, a empresa atende 800 mil clientes no mundo inteiro. 


Em uma negociação de R$100 milhões, a Compufour, empresa que nasceu em Concórdia, interior de Santa Catarina, foi integrada, em outubro de 2020, ao grupo italiano Zucchetti. Como uma pequena empresa atuando no interior, com clientes de micro varejo conseguiu chamar atenção de uma gigante multinacional italiana, presente em diversos países é uma pergunta cuja resposta tem uma forte ligação com a história do ex-CEO da Compufour, Wagner Muller. 

 

Hoje, atuando como Head POS Business Unit da Zucchetti no Brasil, Wagner sustenta o pensamento de que uma empresa tem que gerar lucro antes de receber investimentos, e foi isso que ele buscou para a Compufour, que já tinha 40 mil clientes ativos no Brasil e sistemas que movimentavam cerca de R$ 36 bilhões anualmente  quando atraiu o olhar da Zucchetti. 

 

“Sempre tive esse pensamento de que a empresa precisa se sustentar e ter rentabilidade. Isso se mostra importante quando a sua ferramenta é boa e está adequada ao mercado ao qual você se propõe atender, pois ela se sustenta. Nós vimos essa oportunidade no micro e pequeno varejo, um setor que muitas vezes é bombardeado pela oferta de ferramentas complexas, mas que na prática precisa apenas de soluções simples, mas que atendam às suas necessidades. Ele não precisa de um banquete, muitas vezes um prato de feijão e arroz (bem temperado) é suficiente”, acrescenta. 

 

Na história de Wagner, porém, o que fez a diferença foi não deixar de ter  ousadia. Natural de Concórdia, ele entrou na Compufour em 1996, quando deixou um emprego em um escritório de contabilidade para ser office boy na nova empresa.O que chamou atenção dele foi a possibilidade de usar um computador para testar o código que ele desenvolveu por hobbie em um bloco de papel. Com grande interesse em trabalhar com código fonte, Wagner arriscou mudar de emprego para ter o direito de acesso a um computador. 

 

Em contato com sistemas e softwares, o interesse de Wagner por programação aumentou. Ao mesmo tempo, a Compufour cresceu, e chegou um convite para participar da Fenasoft, em São Paulo, pelo Governo do Estado, no pavilhão de SC. 

 

“Não tínhamos essa noção de que uma feira é um evento para se mostrar, construir network. Na nossa visão, queríamos vender. Então fizemos umas caixinhas com o software em disquete, uma espécie de kit e vendemos todas, mais de 200 unidades. Por isso eu digo que, às vezes, a ignorância é aliada da ousadia. Nós não sabíamos como uma grande feira funcionava, e, por isso, acabamos inovando e vendendo muito bem”, aponta. 

 

Foi também neste evento que nasceu o modelo de negócio que daria espaço para a expansão da empresa. Wagner conta que, na feira, um visitante comprou dez unidades do software, para revender em sua cidade, mas pedindo um desconto. 

 

“Para nós era uma oportunidade e fizemos a metade do valor. Até hoje, nossos 1.700 canais em todo Brasil vendem com no mínimo 100% de lucro”, revela Wagner. 

 

Ele foi se desenvolvendo com a empresa. Em 2005, virou programador e comprou 1% da Compufour. Depois, teve uma experiência fora do Brasil, onde visitou Vale do Silício e NRF em Nova York por vários anos seguidos, se aperfeiçoou, mas, principalmente, conheceu a mentalidade das pessoas e empresas referência em tecnologia. Em 2015, tornou-se sócio majoritário, em 2018 foi promovido a CEO, até que, em 2020 ocorreu a integração à Zucchetti. 

 

“Hoje temos 45 mil CNPJs conosco e almejamos ser a maior do Brasil no setor de micro e pequeno varejo. Pretendemos fechar 2022 com o dobro de funcionários, um salto de 150 para 300, e com mais de 90 mil usuários”, comentou. Wagner contou sua história no Varejo Tech Day,  que ocorreu no mês de julho, em Florianópolis,

 

Investimentos em gestão e governança

A história de sucesso da Compufour, tem outras bases que foram construídas para preparar a empresa para continuar em um mercado que mudou muito em 25 anos. O processo começou pela profissionalização da gestão, que havia até então sido encabeçada pelos sócios. Eles formaram um conselho, mas a administração passou a ser feita por executivos de mercado que foram contratados para esta finalidade. 

 

Ao mesmo tempo, foi implantada uma estrutura de governança, com bases na transparência, respeito, comunicação clara e também na criação de normas, regras e fiscalização. 

 

Outro ponto foi a profissionalização do setor de Recursos Humanos, como conta a diretora de RH, Ana Paula Zancanaro Socha. “Nós implantamos um RH presente e ativo, que participa da gestão, discutindo políticas e questões estratégicas, sendo agente de mudança. Afinal, em todos os processos da empresa existem pessoas, então nada mais adequado que elas estarem representadas nas decisões”, aponta. 

 

Apetite pelo futuro

A compra da Compufour foi um passo importante para o crescimento da Zucchetti no Brasil, mas a pretensão da empresa italiana é continuar expandindo no país. Dentro dessa estratégia, novos M&As devem ser anunciados neste ano. A empresa está investindo cerca de R$ 150 milhões, buscando expandir os negócios e aumentar em 50% seu faturamento. 

 

Com 40 anos de mercado, a Zucchetti é uma multinacional italiana com números expressivos. Na Europa, nos últimos 10 anos, a empresa já fez mais de 150 aquisições e atualmente fatura mais de 1 bilhão de euros por ano. Com mais de 8 mil colaboradores, a empresa atende 800 mil clientes no mundo inteiro. 


 


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