09/08/2022 às 08h06min - Atualizada em 10/08/2022 às 00h20min

Paulo Guedes defende adotar meta de dívida pública no lugar do teto de gastos

Paulo Guedes defende adotar meta de dívida pública no lugar do teto de gastos

G1
https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/post/2022/08/09/paulo-guedes-defende-adotar-meta-de-divida-publica-no-lugar-do-teto-de-gastos.ghtml

Paulo Guedes, ministro da Economia
REUTERS/Adriano Machado
O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta terça-feira (9) ao blog que está na fase final de estudos a proposta de criação de uma meta de dívida pública para substituir a regra do teto de gastos.

O teto de gastos é uma regra constitucional em vigor desde 2016. Foi proposta pelo governo Michel Temer e aprovada pelo Congresso Nacional com o intuito de reduzir o endividamento do país. Pela norma, os gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) ficam limitados à inflação do ano anterior.
O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, sempre criticou o teto. Em março, o g1 já havia noticiado a intenção do governo de substituir o teto de gastos pela dívida pública como principal meta fiscal.
"Queremos tornar o controle fiscal mais efetivo, com uma meta semelhante ao que existe hoje para a inflação", afirmou Paulo Guedes ao blog.
O teto de gastos é atualmente a principal âncora fiscal do país e funciona como um compromisso de que a dívida pública não se tornará explosiva. A regra foi alterada mais de uma vez por leis aprovadas pelo Congresso com o aval do governo Bolsonaro.
Por estar prevista na Constituição, a regra só pode ser alterada por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que depende de aprovação do Congresso, onde precisa ser submetida a dois turnos de votação na Câmara dos Deputados e no Senado e obter o apoio mínimo de três quintos dos parlamentares em todas as votações (308 dos 513 deputados e 49 dos 81 senadores).
A proposta do governo
A proposta da equipe econômica, em fase final de discussão, é ter uma meta de banda variável para a dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Seria estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o mesmo que define a meta de inflação, pelo período de três anos.
O ideal, segundo o ministro Paulo Guedes, é que a meta de dívida possa valer para todos os entes da federação, isto é, estados e governo federal.
"Não estamos derrubando a bandeira de austeridade, que é o teto, mas aprimorando o instrumento de controle fiscal", declarou.
Hoje a dívida pública está em 78,2% do PIB. Na pandemia, ultrapassou os 80%. Para países emergentes, as metas consideradas recomendáveis ficam em torno de uma dívida de 50% a 60% do PIB, para que a rolagem da mesma dívida não se torne tão caro.
Países ricos, como Estados Unidos e Japão, tem a relação dívida/PIB acima de 100%.
Recentemente, Paulo Guedes afirmou que sua gestão furou o teto de gastos.
Fontes da área econômica que monitoram as contas públicas dizem que há chances grandes de neste ano o governo terminar no azul pela primeira vez em oito anos, graças à alta arrecadação.

Fonte: https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/post/2022/08/09/paulo-guedes-defende-adotar-meta-de-divida-publica-no-lugar-do-teto-de-gastos.ghtml


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