09/08/2022 às 09h51min - Atualizada em 09/08/2022 às 11h31min

Por que startups estão criando suas próprias fintechs?

Busca por crescimento acelerado e sustentável faz cada vez mais empresas de diferentes segmentos optarem por incluir serviços financeiros em seu core business

SALA DA NOTÍCIA assessoria de imprensa


Depois do boom das fintechs, com aquecimento desse mercado e rodadas de investimento que somaram mais de US$3,7 bilhões em 2021, de acordo com dados da plataforma Distrito, cada vez mais empresas de diferentes segmentos estão investindo em criar e oferecer serviços financeiros próprios. “Foi-se o tempo em que fintech era um banco ou uma carteira digital. Pode-se dizer hoje, que qualquer empresa pode ter uma fintech para chamar de sua”, explica Mariana Foresti, sócia da Honey Island Capital, venture capital especializada em fintechs. Na avaliação de Mariana, as fintechs deixaram de ser uma categoria de classificação de empresas com modelos de negócios financeiros modernos e versáteis para se tornarem uma vertical de inovação nos mais diferentes segmentos. 

A força desse movimento vem da necessidade cada vez maior das empresas de ganhar escala em seus planos de crescimento, trazendo a dinâmica de tecnologia financeira para dentro do core business. Exemplo disso é a Tecnofit, especialista em sistemas de gestão para academias, crossfit, studios e demais centros de prática de exercício físico orientado. A startup, que recebeu investimento de R$13 milhões em rodada liderada pela Honey Island, decidiu oferecer serviços financeiros para atingir o objetivo de quadruplicar de tamanho nos próximos dois anos. Antonio Maganhotte Junior, CEO da Tecnofit, conta que o know-how dos investidores no ramo de fintechs será um facilitador para os planos da startup no segmento de “payments”, uma vez que a empresa está desenvolvendo um sistema de gestão totalmente integrado com pagamentos, recebimentos e outros serviços que otimizam a gestão financeira dos negócios. 

Paralelo a essa necessidade de escala, a facilidade de oferecer serviços financeiros também impacta positivamente o desenvolvimento de novos negócios no segmento financeiro tradicional. “Ficou mais simples oferecer serviços financeiros. O que antes demandava centenas de processos e estruturas engessadas de capital, agora pode ser feito no modelo plug & play e com muita segurança jurídica. Até os órgãos reguladores agiram no sentido de tornar a dinâmica de fintechzação mais ágil e segura. Dessa forma, toda empresa pode se tornar uma fintech, e as fintechs originais puderam expandir seus modelos de negócios para diferentes setores. Ou seja, antes seus mercados eram grandes mas restritos aos serviços financeiros, agora existe uma imensidão de possibilidades para aumentar suas entregas para setores variados”, comenta  Leo Jianoti, sócio da Honey Island Capital.

Além dos serviços financeiros tradicionais, as fintechs também já estão investindo em soluções inovadores, como cripto ativos. Esse é o caso da Liqi, fintech de ativos digitais, que está criando pontes maduras entre o mercado financeiro tradicional e o de criptomoedas. Investida pela Honey Island neste ano, a Liqi conta com a experiência dos sócios e investidores da venture capital em construir máquinas de crescimento aceleradas e relacionamento construtivo com os órgãos reguladores. “Esse apoio que conquistamos da Honey é essencial para que a gente continue levando democratização e inovação ao setor cripto, além de gerar mais credibilidade a nossa empresa. Nos últimos meses desenvolvemos diversos tokens, junto ao mercado tradicional, como o Bio Token, Cruzeiro Token, entre outros. E lançamos nossa corretora, que nos permitirá fazer ainda mais entregas aos investidores. Temos grandes expectativas para os próximos passos", comenta Daniel Coquieri, CEO da fintech. 

Esse cruzamento de serviços deve ser uma tendência para o setor financeiro nos próximos meses e anos. Mariana Foresti avalia que, assim como o tema mobile deixou de ser um capítulo nos modelos de negócio para se tornar uma estratégia transversal em todos os setores, a fintechzação veio para ficar. “Empresas dos mais variados setores poderão oferecer serviços financeiros de qualidade com segurança e rapidez, sem intermediários ou correspondentes bancários. Seu banco e sua empresa de telefonia cruzarão os caminhos, assim como um salão de beleza poderá ter seu próprio banco digital”, finaliza.


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