28/07/2022 às 15h07min - Atualizada em 29/07/2022 às 00h48min

Brasil passa dos 66,5 milhões de inadimplentes em maio

Após 5 meses seguidos no aumento de inadimplência, novo recorde é quebrado e o Brasil se aproxima dos 67 milhões de pessoas que não conseguem pagar suas dívidas.

DINO
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Inadimplência bate novo recorde


Segundo o mais recente Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil, realizado pelo Serasa Experian em maio de 2022, o número de inadimplentes atingiu um novo recorde no país, chegando a 66,58 milhões de pessoas. Esse valor representa um aumento de 0,68% em relação ao número de devedores do mês de abril apresentando a quinta alta seguida.

Um dos dados presentes no estudo que chama a atenção, é o valor médio das dívidas, em que rompeu a barreira de 1 salário mínimo, atingindo o valor de R$ 1.212,41, representando um aumento de 0,88% em relação ao mês de abril. Além disso, conforme o Mapa da Inadimplência de maio, existem cerca de 229,52 milhões de dívidas no país, então multiplicando o valor médio das dívidas pela quantidade de dívidas no país, é possível encontrar o valor total das dívidas presentes no Brasil, atingindo o valor de R$ 278,27 bilhões de reais.

Considerando a faixa etária dos inadimplentes, é possível observar através dos dados fornecidos pela Serasa Experian, que o grupo de pessoas de 26 até 40 anos representam 35,2% do total de inadimplentes do país, e os jovens adultos até 25 anos fazem parte apenas de 12,5% do total de devedores.

Por outro lado, o Serasa também observou em seu levantamento, em que a faixa etária de 18 a 30 anos, representa 39,72% do total de pessoas que negociaram suas dívidas através do Serasa Limpa Nome. Evidenciando que os jovens adultos são a maior parcela da população que negocia suas inadimplências.

Nesse mesmo estudo está descrito que, dentre os segmentos que sofrem com o descumprimento das responsabilidades financeiras de seus clientes, os mais atingindo são os bancos e cartões de crédito, que possuem aproximadamente R$ 78,42 bilhões de valor a receber.

Esse cenário de aumento de inadimplência causa um impacto negativo direto nas instituições financeiras, conforme os Estudos Especiais do Banco Central e matéria publicada pela EFIC Soluções, esse impacto gera um aumento das taxas de juros e torna os processos de análise de crédito mais rígidos pelas instituições financeiras para emissão de empréstimos e cartões de crédito.

Mesmo com esse impacto negativo aumentando a dificuldade de pessoas inadimplentes ou com score baixo em emitirem um cartão de crédito, o valor transicionado por esse meio de pagamento cresceu 42,26% em relação ao mesmo período de 2021, segundo informações da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços.

A projeção para concessão de crédito também vai na contramão da alta de inadimplência do país. De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos, a expectativa é uma ligeira alta no valor de 2,6% no volume de concessões de crédito no geral. Além disso, a liberação de crédito para famílias possuí uma projeção de aumento no valor de 3% no mês de junho em comparação a maio, incentivado pelo crédito rural visando a safra 2022/2023.

Para o segundo semestre de 2022, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), a tendência é uma diminuição do porcentual de famílias endividadas em situação de maior vulnerabilidade, que recebem até 10 salários mínimos. Após atingir o pico de 78,1%, no mês de abril, de famílias dessa faixa de renda, com uma ou mais contas atrasadas, o mês de maio e junho apresentaram uma queda para 77,4% e 76,7% respectivamente. Esse número deve diminuir ainda mais esse ano, impulsionado pelas medidas governamentais recentes com a PEC 1/2022, na qual causa um impacto direto e a curto prazo na população mais vulnerável financeiramente, porém o porcentual deve voltar a um patamar maior em 2023, segundo o Doutor em economia da FEARP/USP Luciano Nakabashi.



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