Músico, que possui música com ritmos indígenas e lançará documentário sobre o tema, participou de debate durante o 9º Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (Enei) nesta quinta-feira (28). DJ Alok participa de encontro com estudantes indígenas na Unicamp, em Campinas
Fernando Pacífico/g1
DJ Alok, autor de uma música com sons de rituais indígenas e que vai lançar novo trabalho sobre os povos ancestrais neste ano, participou na tarde desta quinta-feira (28) de uma roda de conversa durante o 9º Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (Enei), evento que ocorre na Unicamp.
O DJ debateu o tema "Somos ancestrais do futuro" em mesa composta também pela professora e apresentadora Célia Xakriabá; o DJ Erik Terena, que produz músicas com artistas indígenas e é jornalista; e Brô MCs.
A mesa redonda reuniu uma multidão no Teatro de Arena da Unicamp. Puxado pela liderança indígena Sônia Guajajara, o grupo fez coro para exigir a demarcação das terras indígenas, com "nenhum centímetro a menos", e o fim da violência contra os povos.
Durante o discurso, Alok afirmou que o novo projeto - que une um álbum e um documentário - é o mais importante da carreira dele.
Lideranças indígenas participaram, junto com DJ Alok, de encontro com estudantes na Unicamp, em Campinas
Fernando Pacífico/g1
O nome provisório do trabalho, gravado quase que totalmente em Nova Lima (MG), é "O futuro é ancestral" e está em fase final de produção. Imagens captadas no Enei devem ser inseridas no filme.
O músico também prometeu um show para os indígenas no ano que vem e disse ser uma plataforma para potencializar a luta dos povos, em vez de protagonista. Ao fim, recebeu um cocar de uma criança.
"Eu escolho estar do lado de vocês, estar junto na luta de vocês. Contem comigo, mas assim, nunca eu como protagonista, sempre vocês e eu sendo uma plataforma para poder potencializar vocês", disse o DJ.
Bandeira do Brasil durante Encontro Nacional de Estudantes Indígenas, que ocorre na Unicamp
Fernando Pacífico/g1
Segundo a organização do Enei, a participação de Alok é importante para "refletirmos os apoios dos não-indígenas dentro da indústria musical e cultural".
"Dj Alok é o maior DJ brasileiro, que recebe uma grande visibilidade junto com o trabalho aos povos indígenas", afirma a organização do evento.
Alok interrompeu uma viagem a países europeus, onde realiza uma turnê, para participar do evento na Unicamp. Ao fim do encontro em Campinas, o músico seguiu para São Paulo e embarcará para a Espanha nesta sexta-feira (29).
Alok, Vitão e Maria Gadú visitam acampamento indígena em Brasília
O encontro de estudantes indígenas reúne cerca de 2 mil membros de diversas etnias. Sede do evento deste ano, a Unicamp aplica, desde 2018, um vestibular específico para comunidade e viu o número de alunos indígenas saltar 71,8% em três anos.
Indígena protesta contra marco temporal durante evento com presença de DJ Alok na Unicamp
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O evento
A formalização do movimento estudantil indígena é um dos objetivos da nona edição do Enei, que começou terça-feira no campus de Campinas da Unicamp.
Estudantes durante 9º Enei, na Unicamp; DJ Alok participa de mesa de debates sobre ancestralidade
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O Enei é realizado desde 2013, quando ocorreu a primeira edição na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). O debate é necessário para que os saberes ancestrais sejam propagados e reconhecidos nas dinâmicas e problemas do mundo moderno, e seja enfatizado e cobrado o respeito à população indígena.
Um dos organizadores deste ano, Arlindo Baré avaliou que o espaço é importante porque debate a permanência na universidade, tema que aborda as políticas sociais aplicadas para que os estudantes consigam frequentar as aulas e viver em Campinas.
"Paralelamente, nesse ano no Enei vai acontecer o primeiro encontro plurinacional de estudantes indígenas, que é a ideia de institucionalizar o movimento estudantil. A gente formalizar para que tenha uma representatividade melhor e mais forte. Mais organizada", completou Baré.
Os quatro dias de atividades foram preenchidos com programação cultural e de debates de conscientização. Intelectuais, ativistas e artistas indígenas vão participar.
"Para nós, acadêmicos indígenas, é muito importante esse espaço para poder interagir com outros parentes, mas também trazer as nossas lutas, as nossas demandas do território", afirmou a estudante Aline de Souza da Silva.
Aline de Souza da Silva, estudante indígena da Unicamp
Pedro Santana/EPTV
"Nós temos que aprender, temos que estudar e levar nosso nome em frente da nossa etnia e do nosso povo", analisou Kamayurá Pataxó, da etnia pataxó.
Participação recorde
Os cerca de 2 mil universitários de todo o Brasil que se inscreveram para esta edição representam um número recorde segundo a organização. Entre os eventos realizados estão debates, oficinas, simpósios temáticos e atividades culturais e formativas.
A agenda vai até sexta (29), confira abaixo a programação.
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9º Encontro Nacional de Estudantes Indígenas ocorre na Unicamp, em Campinas
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Programação
Sexta-feira (29)
7h às 8h30 - Café da manhã
8h30 às 10h30 - Plenária: União Nacional dos Estudantes Indígenas
10h30 às 12h - Votação da Unei e próxima sede do Enei
12h às 13h - Almoço
15h às 17h - Ato Político
18h às 20h - Jantar
20h às 21h - Festa de encerramento
Fórum da saúde dos acadêmicos indígenas
8h30 às 9h - Ritual de Abertura
9h às 12h - Conhecimento tradicional e conhecimento acadêmico: Valorização e reconhecimento da medicina tradicional indígena
14h às 17h - Saúde dos acadêmicos indígenas
17h às 17h40 - Oficina dos acadêmicos indígenas da área da saúde: Quais nossas experiências e expectativas na universidade?
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Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/educacao/noticia/2022/07/28/dj-alok-participa-de-debate-sobre-ancestralidade-em-encontro-de-estudantes-indigenas-na-unicamp.ghtml