Nos últimos 50 anos, pouca coisa mudou sobre como os sistemas de automação industrial são projetados, implementados e operados. Essas estruturas em moldes antigos e, de certa forma limitados, têm dificultado o avanço tecnológico no segmento e o crescimento da indústria 4.0. Para mudar esse cenário, o conceito de automação universal tem se fortalecido.
Isso significa que, diferentemente do que é feito hoje, em que cada software implementado precisa de infraestrutura adaptada para ele, o que acaba demandando muitos processos, tempo e alterações, os produtos estão se tornando universais, ou seja, independentemente da marca ou do fornecedor, os hardwares estão preparados para receber qualquer tipo de tecnologia.
Além de tornar a digitalização mais assertiva, dar mais um passo em direção à indústria 4.0 é de grande valor para a indústria. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mesmo durante a pandemia, as companhias que adotaram tecnologias dessa categoria lucraram e contrataram mais. Entre as que adotaram de uma a três soluções digitais na produção, 54% registram atualmente um lucro maior que no período pré-pandemia – um resultado 7% acima do registrado pela indústria comum.
A automação universal passa a ser parte fundamental nesse processo. Ao facilitar a migração para novas tecnologias e, com isso, diminuir a quantidade de investimentos iniciais, já que os ambientes e hardwares não precisarão sofrer alterações, as ações de digitalização ficam mais perto de se tornar realidade. Dessa forma, tornar o parque industrial mais moderno deixa de ser um “bicho de sete cabeças” e se torna uma estratégia crucial para a retomada dos negócios depois de momentos tão complexos para o segmento.
Atualmente, a indústria brasileira ainda tem um longo caminho para se recuperar, mas as expectativas são positivas. Segundo os dados do Purchasing Manager's Index (PMI), da S&P Global, em meio ao fortalecimento da demanda e aos lançamentos de novos produtos, as encomendas à indústria aumentaram pelo terceiro mês seguido em maio à maior taxa desde julho de 2021. Com isso, a produção do segmento atingiu o ritmo mais forte dos últimos dez meses. O PMI em maio foi a 54,2, o de abril ficou em 51,8.
Na “onda” das boas expectativas, investir na digitalização, principalmente na automação universal, pode trazer ganhos ainda melhores. Para que essa mudança seja mais amena para as empresas, o ideal é que cada uma conheça muito bem o próprio negócio. Ao mapear quais são as áreas com maior prioridade de modernização, fica mais fácil dar o próximo passo, como realizar o planejamento, separar o “budget” e acompanhar o progresso.
A indústria tem grande relevância na economia brasileira como um todo. No Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2021, por exemplo, o setor foi responsável por cerca de 18,9%, quase R$ 1,6 trilhão do total. É justamente por essa relevância que o segmento precisa se tornar mais tecnológico. Ao padronizar a infraestrutura, como promete a automatização universal, trará benefícios imensuráveis para as empresas, principalmente em relação à competitividade e ao aumento da produtividade.