23/07/2018 às 10h15min - Atualizada em 23/07/2018 às 10h15min

Na Ilha de Paquetá, torcida por rubro-negro Lucas é maior do que por Marcos, técnico alvinegro

Gabriel Toscano e Rafael Oliveira

Agência O Globo -
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A efervescência do clássico mergulha a pacata Paquetá em um duelo de gerações até mesmo na instituição que primeiro viu o talento da dupla: o Municipal, onde fica o único campo de futebol de 11 da ilha, transformada neste sábado em capital do futebol carioca em razão do clássico entre Flamengo e Botafogo, às 19h, no Maracanã.

Lucas Paquetá é o ídolo maior do alvirrubro e referência para a garotada. Mas conta também com a simpatia dos mais velhos, que o viram correr no gramado onde, bem antes, Marcos Paquetá iniciou sua carreira de zagueiro e lateral.

Os dois preservam as raízes locais e ajudam o Municipal. Lucas viabilizou um torneio de base realizado há dois meses e, sem jogar, sempre prestigia o time de seus amigos de infância, o Crias do PEC, dirigido pelo pai, Marcelo. A equipe é alvinegra, mas tem jogado com um conjunto de camisas do Flamengo, doado por Lucas.

Vera, irmã de Marcos, é diretora do Municipal. Mesmo assim, o presidente Manoel de Castro não fica em cima do muro na hora de escolher sua preferência.

— Marcos é meu amigo de muitos anos, já dirigiu até seleção em Copa (Arábia Saudita, em 2006). Gosto muito dele, mas vou torcer para o Lucas porque ele está começando. O Marcos já tem uma carreira consolidada. Só é menos conhecido porque ficou 14 anos fora do Brasil — afirma o mandatário.

A torcida pelos filhos da ilha envolve até aqueles que têm paixões por outras cores e provoca situações delicadas. Sócio do Municipal, Fábio França torce pelo Fluminense e se vê dividido.

—Sou mais velho, de uma geração que tirava o Lucas e o irmão do campo na base dos petelecos para poder jogar (risos). Torço muito por ele, mas não pelo Flamengo. Estou ansioso para que ele vá para a Europa e eu possa assim torcer por ele sem culpa — brinca Fábio.

Jogador do sub-15 do Municipal, o lateral Rodrigo Gonçalves, botafoguense, é de uma geração que cresce vendo a projeção de Lucas. Orgulhoso, puxa do bolso o celular para mostrar a foto que tirou com o ídolo, que lhe rendeu centenas de curtidas no Instagram.

— Ele é uma inspiração. Sabemos que é difícil, mas queremos seguir esse caminho. Lucas colocou Paquetá no mapa. Antes, só lembravam da ilha como destino turístico. Agora, até olheiro aparece aqui para ver os nossos jogos — diz Rodrigo.


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