A CBRE, empresa líder mundial em Commercial Real Estate Services, prevê um aumento significativo da demanda por unidades fabris para o segundo semestre de 2019, com a expansão nos investimentos em novos espaços e a redução da taxa de vacância em diversas regiões do País. As projeções fazem parte do panorama divulgado pela companhia, pesquisa que apresenta as principais perspectivas de mercado para ocupantes de espaços industriais e logísticos no Brasil.
Como destaque, a empresa observa um aumento substancial na quantidade de contratações para consultoria na aquisição de terrenos. O levantamento indica um crescimento de mais de 500% entre janeiro e agosto deste ano. Além do aumento na busca por terrenos para aquisição e construção de novas unidades fabris, a CBRE vê um aumento da ordem de 250% na quantidade de demandas de construções sob medida (boa parte delas de uso misto para armazenagem e produção).
Os dados publicados pela companhia corroboram os indicadores apresentados na pesquisa de condomínios industriais e logísticos localizados no Estado de São Paulo, divulgado no final do primeiro trimestre. O relatório aponta um aumento da absorção bruta que, com a manutenção do estoque entregue, reduz a vacância de 21% no primeiro trimestre de 2019 para 20% no segundo trimestre. Essa taxa de vacância é a menor desde 2015. Com a queda da vacância, os preços pedidos em condomínios industriais e logísticos em São Paulo devem seguir estáveis, interrompendo a tendência de baixa observada desde 2012, e indicando uma leve tendência de alta no último semestre do ano.
Dessa forma, a perspectiva para os ocupantes de espaços industriais e logísticos, principalmente os que possuem ocupação em imóveis especulativos, é que exista mais resistência por parte dos proprietários em relação à negociação de valores de face e outros benefícios econômicos (tais quais carência e investimentos em adaptações). "É importante mencionar que tal tendência é mais ressaltada em alguns mercados, principalmente no mercado de condomínios Classe A dentro de um raio de 30km de São Paulo, bem como em outras cidades e estados que têm sido muito procurados (principalmente nos últimos dois anos) devido a benefícios fiscais, como é o caso do Espírito Santo e da região de Extrema-MG", explica Marcela Ramos, Gerente da área de Representação de Usuários de Espaços Industriais e Logísticos da CBRE Brasil.
A executiva destaca, ainda, que o aumento projetado pela CBRE reafirma a expectativa pela retomada de investimentos - muitos deles postergados ou mesmo cancelados ao longo de 2017 e 2018. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 80% das indústrias pretendem investir em 2019 e os principais objetivos desses investimentos são a melhoria do processo produtivo (36%), seguido pela ampliação da capacidade produtiva instalada (22%), o que denota o crescimento físico das indústrias (a partir de processos de aquisição de espaços, ampliação de unidades produtivas ou mesmo locação de espaços para melhor acomodação do estoque). No entanto, a CBRE ressalta que, apesar da intenção no aumento da capacidade produtiva, nove em cada dez empresas ouvidas pela CNI também afirmam possuir capacidade produtiva suficiente para o atendimento da demanda projetada no ano de 2019. Apenas 11% das empresas afirmaram na pesquisa que devem ampliar sua capacidade ainda este ano.
Todos esses indicadores influenciaram diretamente na alta de quase 3% (em relação ao mês de junho de 2019) do Índice de Confiança do Empresário Industrial, divulgado pelo CNI em agosto deste ano. É o terceiro aumento consecutivo do índice, que ainda fica abaixo do registrado entre novembro de 2018 e março de 2019, mas que, por sua vez, supera em 6,1% o valor registrado em agosto do ano passado. Esse acréscimo ocorreu por conta do otimismo com relação aos próximos meses do ano e à percepção dos empresários de uma possível melhora das condições atuais de negócio no País.
