24/06/2022 às 11h04min - Atualizada em 26/06/2022 às 00h01min

Greves e reajustes nas tarifas devem acelerar flexibilização na oferta do Vale Transporte

Tendência acentuada pela pandemia já provocou uma redução de 26% de pedidos no volume tradicional do benefício

SALA DA NOTÍCIA Compliance Comunicação
 

No início do mês de maio, quando havia sido anunciado o aumento 8,9% no preço do óleo diesel nas refinarias, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou um estudo com a previsão de que tal medida provocaria uma elevação de 2,9% nas tarifas públicas dos ônibus urbanos de todo o país. Depois disso, vieram as greves de motoristas e cobradores reivindicando aumento salariais que devem ser repassados ao valor das passagens e um novo aumento do combustível, desta vez de 14,26%. Toda essa movimentação deve acelerar ainda mais a tendência de flexibilização na forma de conceder o Vale Transporte. Somente no primeiro trimestre deste ano, segundo um estudo feito pela fintech Otimiza Benefícios, especializada em benefícios corporativos, houve uma queda de 26% na compra dos modelos tradicionais deste benefício em relação ao mesmo período dos anos que antecederam à pandemia.

De acordo com o CEO da Otimiza, Anderson Belem, este ambiente de incertezas tornará cada vez mais difícil para as empresas preverem o valor do investimento em Vale Transporte para seus colaboradores nos próximos meses. “Mais complicado ainda será calcular o tamanho do desperdício de recursos com a adoção dos modelos tradicionais deste tipo de benefício”, diz.

Belem argumenta que essa variação no preço das tarifas será mais um ingrediente para reforçar a necessidade de passar ao próprio trabalhador a liberdade de escolher a melhor forma de administrar o benefício. “Sem saber quanto será o preço da passagem no próximo mês, as empresas correm o risco de errar tanto para menos quanto para mais. Isso sem contar o efeito das greves que se somam ao modelo híbrido e ao home office para aumentar ainda mais a incerteza sobre a quantidade de vezes que o trabalhador vai se dirigir ou não até seu local de trabalho”, diz.

De acordo com a Otimiza, entre os meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 as corporações haviam provisionado investimentos da ordem de R$ 12.305.235,00 por intermédio da plataforma oferecida pela startup. No ano seguinte, no mesmo período, mas já num estágio mais crítico e avançado da pandemia, houve uma queda de 24,3% neste volume, reduzindo para R$ 9.896.214,00. Já neste ano, mesmo com a redução do número de casos e de mortes causadas pelo vírus, que motivaram a extinção das medidas restritivas de circulação, o ritmo de solicitações do VT continuou caindo. O montante do trimestre foi de R$ 9.763,261,00, que representa um valor 1,5% inferior ao do ano passado e 26% menor ao registrado antes da crise sanitária mundial.

“Os gestores estão percebendo que o vale transporte, assim como o combustível ou o refeição, da forma como eram oferecidos anteriormente talvez não façam mais sentido, porque o colaborador tende a ficar em casa, comer em casa, fazer o próprio almoço e assim por diante”, comenta.

Segundo ele, as alternativas mais modernas permitem que a empresa adote apenas um instrumento flexível, no qual o valor do benefício mensal seja creditado e o funcionário direcione a utilização como achar mais adequado.

 


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