16/05/2022 às 16h59min - Atualizada em 16/05/2022 às 18h51min

Com apresentações de dois espetáculos de seu repertório adulto, Cia Teatro Endoscopia celebra 20 anos de atividades

A partir do dia 19/05, grupo apresentará o clássico de Plínio Marcos, “Oração para um Pé de Chinelo” e “Vermelho – A Terra Só Está Pedindo Silêncio”, no Teatro de Arena

SALA DA NOTÍCIA Fausto Cabral
Andrea Iseki
Aqui no Brasil, um grupo de teatro completar duas décadas de atividades ininterruptas demonstra muita capacidade e resiliência. E para comemorar seu 20º aniversário – que reforça o status da companhia entre os tradicionais e resistentes coletivos teatrais do país – a Cia. Teatro Endoscopia irá apresentar dois de seus espetáculos adultos no icônico palco Teatro de Arena, nesta segunda quinzena de maio.

Segundo o grupo, as montagens trazem em comum “um retrato da sociedade brasileira e suas mazelas”. A estreia ocorre dia 19 de maio com o espetáculo “Oração para um Pé de Chinelo”, texto clássico de Plínio Marcos (1935-1999), que fala da dura realidade de pessoas marginalizadas. As apresentações vão até o dia 22, de quinta a domingo, sempre às 20h.


“’Oração para um Pé de Chinelo’ retrata o que acontece há anos em São Paulo, com a dizimação desonesta da população negra na periferia, que é tratada como bandida, sem direitos, sem cidadania, sem respeito por parte do poder público”, explica o diretor Flávio Marin. Ele destaca ainda que “este é um texto de Plínio Marcos de 1969 que sempre tivemos interesse em abordar, por mostrar um conflito dentro do confinamento de um barraco, uma verdadeira panela de pressão”.

Já entre os dias 26 e 29 de maio, de quinta a sábado, às 20h e domingo, às 18h, o grupo mostrará a mais nova montagem do repertório da cia: “Vermelho – A Terra Só Está Pedindo Silêncio”, que traz direção de Flávio Marin e dramaturgia de Sérgio Pires. “Este espetáculo retrata a sociedade de uma outra maneira em comparação a ‘Oração para um Pé de Chinelo’, desta vez mostrando pessoas dentro de refrigeradores, num simbolismo com a frieza da população em seus apartamentos”, analisa Flávio Marin.

O diretor e um dos fundadores do grupo completa, afirmando que a “Cia Teatro Endoscopia traz em sua história uma proposta brechtiana, de fazer os espectadores refletirem sobre a maneira como vivem. Desta maneira, os espetáculos da mostra trazem muitos elementos em comum. ‘Vermelho – A Terra Só Está Pedindo Silêncio’ fala sobre machismo e homofobia, enquanto ‘Oração para um Pé de Chinelo’ aborda com força o racismo. São cicatrizes de uma sociedade que vive em uma desigualdade social enorme”, enfatiza Flávio Marin.

SERVIÇO – ESPETÁCULOS
ORAÇÃO PARA UM PÉ DE CHINELO
Dias: 19, 20, 21 e 22 de maio (quinta a domingo, às 20h)
Duração: 50 minutos
Sinopse: A peça clássica de Plínio Marcos traz a história de Bereco, um homem que matou um policial e que busca refúgio no barraco onde dormem Rato, um ex-criminoso alcoólatra e Dilma, uma prostituta. A montagem traz, entre outros temas, o medo da delação entre personagens que vivem à margem da sociedade.

FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Plínio Marcos
Direção e Cenografia: Flávio Marin
Elenco: Alexandre Santo, Ícaro Rodrigues e Thaís Dias
Figurinos: Thaís Dias
Iluminação e fotografia: Andréa Iseki
Sonoplastia: Adonai de Assis


VERMELHO – A TERRA SÓ ESTÁ PEDINDO SILÊNCIO
Dias: 26, 27, 28 (quinta a sábado, às 20h) e 29 de maio (domingo, às 18h)
Duração: 60 minutos
Sinopse: Na peça, Adauto, Camila e Jorge são vizinhos de condomínio que fica em cima de uma funerária e em frente a um cemitério. Os três moradores narram suas histórias enquanto avistam pelas janelas a imagem do coveiro, que trabalha do outro lado da rua. Luzia, que vive em situação de rua, levanta uma série de questões e provoca uma relação de reflexão com o público. Os moradores do condomínio se conhecem apenas pelos sons que rompem as paredes e percebem pelas frestas de memórias, anseios e sonhos o plano que envolve a padronização, a colonização e a exclusão sociocultural. O embate entre os moradores dos apartamentos e a figura de Luzia descortina a relação estrutural da sociedade. Será Luzia a única desterritorializada?

FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Sérgio Pires
Direção: Flávio Marin
Dir. Corpo: Rosana Ribeiro
Elenco: Ayiosha Avellar, Juliano de Assis, Rosana Ribeiro e Val Mataverni
Iluminação e Fotografia: Andéa Iseki
Figurinos: Renata Régis
Cenário: Flávio Marin e Carlos Poveda
Sonoplastia: Adonai de Assis
Edição e captação das imagens do prólogo: Marília Lino

Local: Teatro de Arena
Endereço: Rua Dr. Teodoro Baima, 94 - Vila Buarque, São Paulo
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00
Capacidade: 80 lugares
 


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