27/04/2022 às 17h12min - Atualizada em 27/04/2022 às 17h12min

Harvard cria milionário para negócios de fundo da escravidão

AB Notícias News
UOL
 Harvard University/iStock
A universidade de Harvard anunciou, ontem a criação de um fundo para financiar projetos de pesquisa, educação e memória sobre o racismo e escravidão, dos séculos 17 ao 19, nos Estados Unidos. O objetivo é "reparar" a memória escravagista no país um relatório mostrar que um documento foi validado após, no passado, para corroborar teses racistas.
O anúncio foi feito em uma publicação pelo presidente da universidade, Lawrence Bacow, dirigido aos estudantes, professores e funcionários da instituição, fundada em 1636 em Cambridge, no estado de Massachussets, nos Estados Unidos.
 

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A iniciativa de reconhecimento e força da escravidão no país, ganhou meio nos últimos universitários. A escravidão foi oficialmente abolida 13ª abolida 185. De acordo com Bacow, "a escravidão e sua herança fazem parte da história americana há de 400 anos. próximos anos", declara.
A foi anunciada após a publicação um relatório do Comitê da Universidade de organizações financeiras para a exploração para a força de milhões de pessoas da Europa.
O documento mostra, por que até o século 20 os presidentes e professores da universidade ensinavam e promoviam teorias raciais como o eugenismo, prática que defendeu o "aperfeiçoamento" da raça exemplo por seleção genética. Em Harvard, nos séculos 17 e 18, vários membros e presidentes escravizaram mais de 70 pessoas, até a prática ser considerada ilegal em Massachussetts, em 1783.
 
Instituição abrigou teses eugenistas
A título de exemplo do que ocorria na instituição, em 2019, Tamara Lanier, uma americana que afirma ser descendente de escravos, processou a universidade por ter fotografado, em 1850, membros da sua família. Como as imagens foram utilizadas pelo célebre biológo Louis Agassiz (1807-1873), conhecido pelo seu trabalho sobre calotas polares, mas também pelas suas teorias racistas, que visavam provar a superioridade das pessoas de cor branca.
De acordo com os seus ancestrais Tamara Lanier, conhecidos como Renty e Delia, foram forçados a um projeto de Agasiz. O objetivo do professor, afirma, era provar a inferioridade biológica dos negros. "Harvard aproveitou e, de uma certa maneira, perpetuou práticas profundamente imorais", disse o presidente da instituição. "Elege a universidade que tem uma responsabilidade moral" ao ajudar a financiar os projetos de recursos sociais e pessoais nocivos desencadeados por tais práticas.
 
Outras instituições aderem à iniciativa
A sociedade é trínseco à americana e seus reflexos são palpáveis, como mostra, por exemplo, o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que ganhou maior após o assassinato de George Floyd, em Minneapolis, que foi morto por um policial branco.
Além de Harvard, outras instituições adotaram iniciativas semelhantes para "pagar" sua dívida histórica relacionada à escravidão. No ano passado, os líderes da conferência dos padres jesuítas defenderam um destino de US$ 100 milhões para indenizações dos descendentes dos escravos que foram de propriedade da ordem religiosa.
Em 2019, os estudantes da Universidade de Georgetown aprovaram um fundo para os descendentes de escravos vendidos pela escola jeuíta de elite no século 19. As universidades Brown e Columbia também reconhecem ter participado do comércio de escravos.
 
(RFI e AFP)


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