22/04/2022 às 09h38min - Atualizada em 22/04/2022 às 09h38min

Lula acena a evangélicos e jovens, e PT tenta se esquivar de crise

AB Notícias News
BN
Ricardo Stuckert
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta quinta-feira (21) que jovens tirem seu título de eleitor e também acenou aos evangélicos durante evento em Heliópolis, na capital paulista, num momento em que sua pré-campanha enfrenta uma crise de comunicação e vaivém de narrativas.
Em suas críticas a Jair Bolsonaro (PL), Lula se dirigiu ao segmento religioso que é próximo ao atual presidente da República e no qual houve desgaste do petista depois de declarações recentes sobre aborto.
"Ele é estimulador do ódio e da discórdia, uma pessoa que não prega nenhum sentimento de paz e vive enganando muita gente boa da igreja evangélica", disse. "O Brasil nunca teve um presidente tão desqualificado moralmente. Um cara que não fala em emprego e educação", completou.

Líderes petistas também estiveram presentes, mas se esquivaram de comentar sobre a disputa pública pelo comando da comunicação. Questionada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não quis responder a perguntas da imprensa sobre a crise.
Dirigentes do PT pressionam pela saída do ex-ministro Franklin Martins, coordenador da área, e do marqueteiro escolhido por ele, Augusto Fonseca.
Além disso, a pré-campanha tem sofrido críticas internamente pela falta de uma unidade na disseminação de ideias e pautas --e o vaivém nas declarações de Lula.
Dois exemplos mais recentes foram as declarações sobre o aborto e a reforma trabalhista.
No primeiro caso, considerado sensível ao eleitorado religioso, o petista afirmou que o aborto deveria ser um "direito de todo mundo", fornecendo munição para seus adversários. No dia seguinte, Lula contornou as declarações, se posicionou pessoalmente contra o aborto e defendeu o tratamento para mulheres que realizarem o procedimento na rede pública de saúde.
Nesta quinta, Lula fez um discurso motivador, dizendo aos jovens que eles devem ter uma causa e criticando a despolitização. "Todo político é ladrão, ótimo. Por que você não se transforma na boa vereadora?", questionou.
Também afirmou que todos aqueles que conhecem um adolescente maior de 16 anos devem aconselhar: "Não entre na do Bolsonaro, você não tem que comprar fuzil".
O ex-presidente incentivou a votação dos jovens e afirmou que o eleitor precisa se informar para não votar "de forma equivocada". Nesse momento, citou o ex-deputado Arthur do Val (União Brasil), o Mamãe Falei, que renunciou nesta quarta (20), após ser alvo de um processo de cassação por falas sexistas.
"Vocês podem sempre estar colocando uma raposa para tomar conta das galinhas", disse. Ele mencionou ainda a eleição de João Doria (PSDB) em 2016, quando Haddad concorria à reeleição na Prefeitura de São Paulo.
"Uma pessoa que não tem nem passado, nem presente e certamente não tem futuro político", afirmou a respeito do tucano.
 "Tirar o título é vocês provarem que estão qualificados, não apenas para escolher quem governa, mas para decidir a vida de vocês", disse Lula aos adolescentes.
O evento em Heliópolis mirou a juventude. O público tem sido alvo de bolsonaristas e de artistas da esquerda, engajados na campanha para que os jovens tirem título de eleitor e participem da eleição neste ano. "Bora votar, quebrada", dizia um cartaz na quadra que abrigou o evento.
Os jovens na quadra também seguravam folhas de papel imitando o título de eleitor com os dizeres "seu voto importa" e o prazo para emissão do título, 4 de maio. Antes de Lula, uma série de jovens de Heliópolis discursou e exaltou o ex-presidente.
Lula estava acompanhado do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), pré-candidato ao Governo de São Paulo. Também estavam o ex-ministro Aloizio Mercadante, o vereador Eduardo Suplicy (PT), a deputada estadual professora Bebel (PT), além da noiva de Lula, Janja.
Em seu discurso, Haddad exaltou a educação, afirmando que uma "revolução silenciosa" está em curso por meio de políticas como o Enem e o Sisu, e fez elogios ao bairro de Heliópolis, pela organização popular de base.
Gleisi, por sua vez, incentivou a campanha para que jovens votem. "O voto é a nossa arma, não é a arma da violência, da destruição, do ódio, mas da construção, da esperança e da mudança", disse.


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