25/03/2022 às 10h10min - Atualizada em 28/03/2022 às 00h02min

Congresso aprova isenção de impostos para setor de eventos

O Congresso derrubou na última quinta-feira (17 de março) o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto que isenta empresas do setor de eventos do pagamento de tributos durante cinco anos

SALA DA NOTÍCIA Juliana Vilela 
Juliana Vilela 
Juliana Vilela, proprietária da agência Efettiva Comunicação e Eventos 
Na Câmara, o veto foi derrubado por 356 a 23 - precisava do apoio de pelo menos 257 deputados para cair. No Senado, a rejeição foi por 57 a 0 - eram necessários ao menos 41 senadores.

Em maio do ano passado, o Presidente vetou lei aprovada pelo Congresso que prevê ações para socorrer o setor por meio do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). O projeto contempla empresas de hotelaria, cinemas e casas de eventos, como shows, salões de feiras, festas e bufês. Também inclui agências de viagens, transportadoras de turismo, parques temáticos, acampamentos e hotéis, pensões e outros meios de hospedagem.


O Presidente da República sancionou os trechos que previam renegociação de dívidas e disponibilização de recursos de um fundo garantidor para facilitar o acesso a financiamentos. No entanto, vetou os dispositivos que gerariam renúncias tributárias ou aumento de gastos, sob argumento de evitar descumprimento de regras fiscais.

Um dos trechos retomados pelo Congresso na quinta-feira zera alíquotas de PIS/Cofins, IRPJ (Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para empresas do setor. À época do veto, em maio de 2021, a renúncia de receitas era estimada em R$ 3,2 bilhões para 2022.

Há previsão ainda de pagamento de uma indenização de até R$ 2,5 bilhões a empresas que tiveram queda de 50% ou mais em seu faturamento entre 2019 e 2020.

O texto autoriza que o Executivo oferte a renegociação ao setor de eventos, com algumas condições diferentes, mas mantidos todos os requisitos da lei da transação tributária (13.988) -sancionada em abril de 2020 como resultado de uma MP (medida provisória).

Com isso, a renegociação fica voltada somente ao contribuinte que não tenha capacidade de pagamento para quitar o seu passivo.

A derrubada do veto pelo Congresso mostra sensibilidade com um dos setores mais penalizados e injustiçados durante a pandemia. Entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, sem contar o Carnaval, mais de 50 mil eventos deixaram de acontecer no Brasil.

Ao longo de 2020 e 2021, as empresas do setor deixaram de realizar cerca de 530 mil eventos no Brasil, o que significa a perda de um faturamento estimado em R$ 230 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape).

Nesse turbilhão causado pela pandemia, 40% das empresas mudaram o modelo do negócio, 60% encerraram as atividades e 95% registraram queda brusca de faturamento. Um dos resultados mais tristes desse quadro foi a perda de 450 mil empregos diretos e indiretos que eram gerados pelo setor.

Responsável por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o setor de eventos merecia ter recebido um tratamento prioritário das autoridades de Brasília durante a pandemia para que não chegasse ao fundo do poço. Dois anos se passaram até o Congresso aprovar uma medida de socorro, mas a decisão foi positiva e, se corretamente implementada, ajudará as empresas e os trabalhadores.

O segmento de eventos, em verdade, é um dos últimos a retomar as suas atividades e possui uma cadeia complexa que envolve uma série de outras atividades vinculadas, como alimentação, transportes, hotelaria e outros. Dar condições de retomada ao setor de eventos é investir na verdadeira retomada econômica do país.

Juliana Vilela 
Proprietária da agência Efettiva Comunicação e Eventos 
Instagram:  @juliana.vilela10  
@efettiva_eventos     
Empreendedora do setor de eventos há mais de 10 anos, Juliana Vilela é proprietária da Efettiva Comunicação e Eventos, agência com destacada atuação no segmento de organização de eventos corporativos e de entretenimento, com expertise na realização de eventos nos mais diversos setores. É fundadora do SindiMais um dos maiores eventos do ano para instituições que reúne profissionais de relações trabalhistas, sindicais e de RH de todo o Brasil e da Weduc, uma escola de negócios que oferece cursos de forma online e descomplicada. 

 


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