23/07/2018 às 10h15min - Atualizada em 23/07/2018 às 10h15min

França e Uruguai medem forças de suas novas gerações por vaga na semifinal

Diogo Dantas

Agência O Globo -
Agência O Globo -

Nijhny Novgorod - O simplismo do futebol poderia prever que França e Uruguai, pelas quartas de final da Copa do Mundo, hoje às 11h de Brasília, será um jogo de ataque contra defesa. Os números da equipe sul-americana, que só levou um gol no torneio, sustentam a tese, e o talento do ataque francês, da mesma forma, embora este tenha marcado os mesmos seis tentos que o da Celeste. O que marca esta partida, na verdade, é a forma como as duas seleções, finalistas do Mundial Sub-20 de 2013, formaram seus plantéis e consolidaram processos de trabalhos com renovação e modernização.

Tanto que a possível ausência do uruguaio Cavani, que treinou separado no campo ontem, mas ainda se recupera de lesão, e a suspensão do francês Matuidi, equilíbrio do meio-campo, não devem influenciar no tipo de jogo jogado. A chave estará em como os atletas conseguirão defender e sair para o ataque. A integração de jovens a esta realidade é uma marca que confere à partida alta velocidade. O Uruguai de 2018 está rejuvenescido e com novas ideias de jogo, sem perder a alma e raça celeste.

Da nova geração, que foi vice-campeã mundial em 2013 e terceiro colocada em 2017, veio meio time. Do zagueiro Gimenez (23), passando por Diego Laxalt (25), meio-campo que joga na ala esquerda, até os volantes Nahitán Nández (22), Lucas Torreira (22), Matias Vecino (26) e Rodrigo Bentancur (21). Todos com características hibridas, defendem e atacam, incluindo Suárez e Cavani, se jogar.

- Peço mais 24 horas de paciência - exigiu Tabarez sobre Cavani, esperançoso em chegar longe na competição.

- Temos uma grande esperança de passar por essa partida. Se isso acontecer, descansar, preparar, e seguir com esperança. Pensar nessa possibilidade tem que ficar na nossa intimidade.

Na França, Didier Dechamps tem seis anos de trabalho e uma excelente geração nas mãos também. Dos 23 convocados, 17 não estavam na Copa de 2014. A estrutura remontada tem semelhanças com o Uruguai. O técnico manteve Pogba e Matuidi, além do zagueiro Varane, do goleiro Lorris e dos atacantes Griezmann e Giroud, este último ainda mais experiente.

As novidades são o lateral Pavard (22), no zagueiro Umtiti (24), o ala Lucas Hernandez, os volantes Kante (27) e Tolisso (23) - este deve ser o substituto de Matuidi - e Mbappé no ataque, aos 19 anos. A busca é por intensidade em todos os setores. Os franceses, no entanto, somam mais talentos. Mas precisam superar o melhor conjunto uruguaio.

- Sim, é um time diferente da argentina. Uruguai é muito organizado na defesa. Ultimo gol que sofreram foi em novembro e são bons no ataque. Com atacantes muito bons. Teremos que ter mais que paciência se quisermos ganhar. E também temos que ter atenção na defesa e não só no ataque. Sera um jogo de alto nível - avisou Deschamps.

A última vez que chegou a uma semifinal de Copa do Mundo, o Uruguai agradeceu a Suárez, que colocou a mão na bola dentro da área e evitou a classificação de Gana. Em 2014, o atacante ficou marcado pela mordida em Chiellini, da Itália, que lhe rendeu punição nos jogos seguintes e posterior eliminação da equipe para a Colômbia nas oitavas de final. Aos 31 anos, o atacante é hoje a maior esperança contra a França, diante da possível ausência de Cavani.

Com sete gols desde que estreou pela seleção, o camisa nove está a dois de fazer história pela Celeste e se tornar o maior artilheiro do país em Copas do Mundo. Hoje o cargo é de Óscar Miguez, que balançou as redes oito vezes para os bicampeões do mundo. Na Rússia, foram dois gols. E participação na marcação. Um dos mais experientes, ao lado do zagueiro Godin, Suárez lidera uma equipe renovada, que tem nele e em Cavani referências de bola e comportamento.

Desta forma, notou-se um Suárez com um discurso sereno e totalmente equalizado aos valores exigidos por Oscar Tabarez na Celeste. Sempre chamando atenção para o desempenho coletivo, evitando disputas internas com o próprio Cavani e, o mais importante, respeitando o esquema tática do qual é peça fundamental. Mesmo sozinho no ataque, Suárez é capaz de arrancadas e de produzir perigo em finalizações de média e curta distância.

O técnico francês Didier Deschamps classificou Suárez como um atacante em estado puro e não quis compará-lo a Griezman, embora tenha admitido que ambos têm funções importantes.

- Griezmann e Suárez tem perfis diferentes. Suárez é um atacante em estado puro. Se adianta mais. O Griezmann nem tanto. Mas nos ajuda muito e faz sempre esforço sem a bola - avaliou o treinador.


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