04/02/2022 às 11h17min - Atualizada em 05/02/2022 às 00h01min

Aonde chegaremos com novos conhecimentos?

Hugo Henrique Amorim Batista (*)

SALA DA NOTÍCIA Hugo Henrique Amorim Batista
Desde os primeiros registros da humanidade, vemos elementos que se referem ao quanto a inteligência humana é ampla e complexa, com diversas configurações neurais que inferem nas funcionalidades no cotidiano, desde atitudes simples (caminhar), passando por outras consideradas incontroláveis (piscar os olhos), até as mais complexas (prova de matemática). Percebemos que as conexões das sinapses são distintas para as funções, sendo mais ou menos complexas para dada situação.

As sinapses cerebrais acontecem diariamente e ativam uma parte do cérebro, gerando o que conhecemos como memória. Percebe-se que experiências obtidas auxiliam no desenvolvimento e aperfeiçoamento (o jogo de xadrez é um bom exemplo disso), mas a natureza humana se articula para projetar novas formas de utilizar a mente para diversas situações, desde caçar, navegar ou plantar, trazendo avanços e desenvolvimentos tecnológicos, e um desses desenvolvimentos nos remete à Inteligência Artificial (IA).


Com o passar dos anos, podemos afirmar que obtivemos acúmulo de conhecimento, servindo como base para evoluir. Um desses conhecimentos foi a criação de Ctesíbio de Alexandria, com o primeiro autômato da história, que era uma estátua que servia vinho diluído com água, dando início a esse avanço tecnológico até chegar à IA.

Apesar de moderna, a ideia da IA surgiu nos anos 1950 com a criação do primeiro laboratório de IA em nível acadêmico pelos cientistas Herbert Simon e Allen Newell, da Universidade de Carnegie Mellon, nos Estados Unidos. Segundo a International Business Machines (IBM), podemos definir “a inteligência artificial como sendo um ramo da ciência da computação que busca simular a inteligência humana em uma máquina. Os sistemas de IA são regidos por algoritmos usando técnicas como machine learning e deep learning para demonstrar comportamento ‘inteligente’D”.

A IA começou a se mostrar ampla nos anos 1990, quando um supercomputador da IBM, o Deep Blue, alimentado com conhecimento de xadrez, jogando com as peças brancas, venceu o campeão mundial Garry Kasparov, com a incrível capacidade de avaliar e examinar 200 milhões de jogadas por segundo.

Em 2021, o cientista australiano Brett Kagan apresentou o “DishBrasin”, um chip de neurônios humanos. Segundo ele: “Mediante a estimulação e o registro eletrofisiológico, os cultivos foram inseridos em um mundo de jogos simulado, imitando o jogo de arcade Pong. O dispositivo, criado a partir de uma placa de Petri (superprocessador) com células cerebrais cultivadas sobre uma matriz de microelétrodos, é capaz de estimular e detectar os sinais de ligações/conexões de pensamentos (evidenciado ao longo do experimento). O jogo Pong, criado pela Atari na década de 70, foi o jogo que possibilitou a jogabilidade entre o DishBrasin (que aprendeu a jogabilidade em 5 minutos) e a IA (que demorou 1,5 hora para compreender a jogabilidade). Em confronto direto, a IA levou vantagem.

Mas IA e DishBrasin são inteligências artificiais? Sim, porém com divergências entre si. Enquanto a IA é uma programação inicial com análise de dados, a DishBrasin baseia-se no cérebro humano, sendo passível de realizar um aprendizado contínuo sem uma preprogramação, evidenciando uma similaridade ampla  com os neurônios humanos.

Não sabemos dizer até onde irão avançar tais evoluções cibernéticas, mas podemos afirmar que existe muito a ser desenvolvido e a história humana comprova que a curiosidade/necessidade leva ao despertar de novos conhecimentos.

*Hugo Henrique Amorim Batista é licenciado em Física e Matemática, mestre em Educação e professor da Área de Exatas do Centro Universitário Internacional Uninter. 
 


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