Técnico alvinegro referendou inscrição do meia em teste no FlamengoA efervescência do clássico mergulha a pacata Paquetá em um duelo de gerações até mesmo na instituição que primeiro viu o talento da dupla: o Municipal, onde fica o único campo de futebol de 11 da ilha, transformada hoje em capital do futebol carioca. Lucas é o ídolo maior do vermelho e branco e referência para a garotada. Mas conta também com a simpatia dos mais velhos, que o viram correr no gramado onde, antes, Marcos iniciou a carreira de jogador.
Os dois preservam as raízes locais e ajudam o Municipal. Lucas viabilizou um torneio de base realizado há dois meses e, sem jogar, sempre prestigia o time de seus amigos de infância, o Crias do PEC, dirigido pelo pai, Marcelo. A equipe é alvinegra, mas joga com camisas do Flamengo doadas por Lucas. Vera, irmã de Marcos, é diretora do Municipal. Mesmo assim, o presidente Manoel de Castro não hesita.
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— Marcos é meu amigo de muitos anos, já dirigiu até seleção em Copa (Arábia, em 2006). Gosto muito dele, mas vou torcer para o Lucas porque ele está começando. O Marcos tem uma carreira consolidada. Só é menos conhecido porque ficou 14 anos fora do Brasil — afirma.
A torcida pelos filhos da ilha envolve até os que têm paixões por outras cores. Sócio do Municipal, o tricolor Fábio França se vê dividido.
—Sou de uma geração que tirava o Lucas do campo na base dos petelecos para poder jogar (risos). Então, torço por ele, mas não pelo Flamengo. Estou ansioso para que ele vá para a Europa e, assim, eu possa torcer sem qualquer culpa — brinca.
O lateral Rodrigo Gonçalves, do sub-15 do Municipal, botafoguense, cresce vendo a projeção de Lucas. Orgulhoso, puxa do bolso o celular para mostrar a foto com o ídolo.
— Ele é uma inspiração. Sabemos que é difícil, mas queremos seguir esse caminho. Lucas colocou Paquetá no mapa. Antes, só lembravam da ilha como destino turístico. Agora, até olheiro aparece aqui para nossos jogos — conta.
