24/01/2022 às 16h46min - Atualizada em 25/01/2022 às 12h51min

Conheça 12 profissões que têm vagas de sobra no mercado

Crise do emprego no Brasil passa também pela dificuldade em encontrar trabalhadores qualificados

SALA DA NOTÍCIA Caíque Teixeira
Pixabay
 

A recuperação do mercado de trabalho continuará lenta e incerta neste ano, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Um recente relatório divulgado sobre perspectivas de emprego revela que o déficit em horas trabalhadas globalmente em 2022 será equivalente a 52 milhões de postos de trabalho a tempo integral, ficando quase 2% abaixo do número no período pré-pandemia.  Na América Latina, a recuperação é pior do que no resto do mundo. A taxa de ocupação na região para 2022 deverá ser 1,5% inferior a 2019, representando um déficit na força de trabalho de 40 milhões de empregos. E no Brasil há um agravante.

Ainda que uma multidão esteja em busca de uma recolocação, para determinadas profissões há vagas de sobra. “É grande o número de empresas que enfrentam dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados e com experiência para ocupar esses espaços. Propor ações que preparem este profissional a prestar um serviço mais eficiente se tornou imprescindível para quem lida diretamente com o mercado de trabalho”, diz Walter Vieira, CEO da Closeer, aplicativo que conecta empresas e profissionais que buscam oportunidades em setores como food service e hotelaria. A plataforma inaugurou um espaço voltado a pré-qualificar profissionais para diversas funções, chamado EduCloseer.

Para o professor Francisco Borges, consultor em Políticas Públicas de Ensino da Fundação FAT, que em 35 anos já capacitou mais de meio milhão de pessoas, o que se vê é o reflexo da falta de incentivo ao ensino técnico com o fechamento de instituições de educação e formação profissional. “A longo prazo, é um efeito dominó para os jovens, em especial para aqueles que não têm acesso à internet”, avalia.

Ele concorda com a recomendação da OIT de que políticas macroeconômicas precisarão fazer mais do que meramente buscar um retorno aos níveis pré-crise. “É vital buscar soluções que protejam os empregos e a renda, tratem de desafios estruturais e as causas da falta de trabalho decente conjuntamente”, diz.

A Fundação FAT fez um levantamento e encontrou 12 profissões que sobram vagas no mercado de trabalho. Muitas delas figuram justamente entre as funções mais ofertadas na plataforma da Closeer e com menores taxas de ocupação, de acordo com um balanço recente feito pela empresa. Toda a análise levou em conta a Consolidação Brasileira de Ocupação (CBO), que é responsável pelo mapeamento profissiográfico do mercado brasileiro, com clareza de perfil, demanda de postos de trabalho e indicação até de remuneração prevista. 

Veja quais são:

1.     Camareira: perfil ocupacional na Consolidação Brasileira de Ocupação 5133-15

2.    Ajudante Geral: CBO 5143-10

3.    Cozinheiro: CBO 5132-05

4.    Garçom: CBO 5134-05

5.    Atendente: CBO 5211-10

6.    Técnicos de enfermagem e de radiologia: CBO 3222-05 e CBO 3241-15, respectivamente

7.    Instrumentador cirúrgico: CBO 3222-25

8.    Pizzaiolo: CBO 5136-10

9.    Padeiro:  CBO 5135-05

10.  Estoquista: CBO 4141-25

11.   Eletricista: CBO 7157-15

12.   Programador e desenvolvedor:  CBO 3171-10

Borges destaca que a maior parte destes perfis são de educação básica. Alguns com exigência de formação de ensino fundamental (até 0 9º ano da educação básica). Outros, até o ensino médio, caso dos técnicos e auxiliares de enfermagem e programadores. “A apologia ao ensino superior, diante do excesso de oferta de baixa qualidade no Brasil, afastou os jovens de estudos em educação profissional, algo importante para antecipar sua chance de entrada no mercado de trabalho”, avalia.

Vagas que exigem perfis como os de Governança, Produção Alimentícia, e Manutenção e Instalação, por exemplo, demandam apenas Qualificações Profissionais, ensino de baixa complexidade e com cursos de formação entre 240h e 400h. Já os Técnicos de Nível Médio, têm duração entre 800h e 1200h e se adequam ao perfil de aluno que não pretende se matricular no ensino superior imediatamente após a conclusão do ensino médio, cerca de 75% dos jovens entre 15 e 24 anos. 

“O desafio é envolver a sociedade, setores público e privado na promoção de um forte movimento para oferta de educação profissional e de nível técnico integrados com a demanda do país. Não vai resolver todos os problemas, mas é uma alternativa para sair do lugar”, conclui.


 


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Mande sua denuncia, vídeo, foto
Atendimento
Mande sua denuncia, vídeo, foto, pra registrar sua denuncia