22/01/2022 às 14h07min - Atualizada em 22/01/2022 às 14h07min

Congresso indica apoio à PEC dos combustíveis, mas vê demagogi

Deputados e senadores admitem apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) negociada pelo presidente Jair Bolsonaro para zerar a cobrança de tributos federais

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Estadão Conteúdo
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Deputados e senadores admitem apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) negociada pelo presidente Jair Bolsonaro para zerar a cobrança de tributos federais sobre os combustíveis e energia, mas classificam a medida como eleitoreira ao considerarem um efeito pequeno sobre o preço final da gasolina e diesel, com custo alto para os cofres públicos. Além disso, o movimento é visto como pressão para governadores reduzirem o ICMS, imposto cobrado pelos Estados.  

Bolsonaro afirmou ontem que negocia com o Congresso uma PEC para reduzir o preço dos combustíveis e da energia elétrica ainda este ano, em que planeja disputar a reeleição. A desoneração sobre os combustíveis reduziria a arrecadação federal em cerca de R$ 50 bilhões, segundo fontes da área econômica. O impacto para o consumidor, no entanto, seria pequeno: redução entre R$ 0,18 e R$ 0,20 no preço do litro do combustível. 

O governo quer emplacar a PEC inicialmente no Senado, justamente onde os governadores têm uma base mais alinhada em comparação à Câmara. No ano passado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um projeto diferente, forçando uma mudança na política de preços da Petrobras e criando um programa de estabilização de preços com recursos de um tributo sobre exportação do petróleo e dividendos da estatal. A proposta é apoiada por governadores.  

Senadores críticos aos gestores estaduais, por outro lado, passaram a defender uma mudança na base de cobrança dos tributos sobre os combustíveis, incluindo o ICMS, o que levaria os Estados a dividirem o ônus da queda de arrecadação. "A desoneração dos tributos federais não resolve. Isso vai dar um discurso político para o governo, mas não resolve. A carga tributária maior é dos Estados", afirmou o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM).  

Com a proposta de Braga, a base de cálculo da cobrança dos impostos sobre a gasolina e o diesel passa a considerar uma tributação monofásica, ou seja, centralizada em uma fase de comercialização, na refinaria ou na distribuidora, e não de forma acumulada até a bomba. Com isso, haveria queda de arrecadação para o governo federal e também para os governos estaduais, dividindo o ônus. O líder do PSDB na Casa, Izalci Lucas (DF), defende uma junção de propostas, incluindo a mudança no ICMS. “Todo mundo tem que pagar a conta, e não é só o contribuinte", afirmou. 


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