17/01/2022 às 11h55min - Atualizada em 17/01/2022 às 11h55min

Estado da Bahia tem quase 10 mil casos ativos de Covid-19

O número de pessoas que lutam contra o vírus é o dobro do registrado na semana passada. Ocupação dos leitos de UTI permanece na casa dos 60%

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Tribuna da Bahia
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Após um período de baixa nos indicadores da pandemia, a Bahia volta a ver uma explosão de infectados pelo novo coronavírus. O painel mantido pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) deste domingo mostrou que subiu para 9.055 o número de cidadãos ainda contaminados pela Covid-19. A última vez em que a pasta registrou um nível parecido foi no dia 24 de julho de 2021. Para se ter uma ideia do avanço da doença, na última segunda-feira (10) eram 4.499 casos ativos. Também voltou a subir a taxa de positividade dos exames analisados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Gonçalo Moniz: hoje, 21,9% das amostras coletadas confirmam a infecção, contra 6,5% de duas semanas atrás. Ou seja, de cada cem exames feitos, vinte e um atestam a presença da Covid.

A ocupação dos leitos de UTI exclusivos para o tratamento da doença permaneceu em 62% em todo o Estado, com 333 pacientes em situação mais grave. Na capital, Salvador, também estacionou em 60% o nível de camas ocupadas para cuidados intensivos. Das cinco unidades de referência para a Covid-19 por aqui, o Hospital Sagrada Família é o que tem assistido mais infectados, com 26 das 40 UTIs ocupadas. A ala infantil permanece sob pressão em nível estadual e municipal, com lotação de 79% e 85% respectivamente. Desde o começo da pandemia, são 27.662 vidas perdidas por complicações da infecção respiratória, sendo 8.117 em Salvador, que concentra 29,7% dos óbitos. Feira de Santana, Itabuna, Vitória da Conquista e Camaçari completam a lista de municípios com mais baianos que perderam a luta contra a Covid. Desde o início da pandemia, a letalidade na Bahia é de 2,15%.

Para a Saúde estadual, essa escalada nos infectados pode estar ligada à chegada da variante Ômicron, que tem a alta transmissibilidade como característica principal. Com isso, a Sesab irá intensificar as ações de testagem, constantemente defendidas pela secretária em exercício Tereza Paim como um meio para melhor controle da situação epidemiológica e decidir os próximos passos para evitar o avanço de novas variantes. “Já estávamos recomendando a testagem massiva durante toda a pandemia, com esse aumento no número de casos ativos, o cuidado precisa ser redobrado. Agora, o rastreamento será ainda maior. A população precisa continuar colaborando para que a gente possa vencer essa batalha. Os números deixam claro que a pandemia ainda não acabou”, disse a titular da pasta. O Ministério da Saúde deve enviar uma nova remessa dos testes rápidos de antígeno para a Sesab nas próximas semanas.

A maior parcela de contaminados pela Covid-19 permanece na população mais jovem, com 536.205 pessoas entre 20 e 39 anos que testaram positivo. As mulheres representam a maioria, com 54,6% dos que pegaram o vírus. Nas próximas semanas, a população precisa intensificar ainda mais os cuidados já ensinados desde o começo da pandemia, como o uso de máscara de boa qualidade, preferencialmente a Peça Facial Filtrante (PFF) ou cirúrgica: a Bahia permanece entre os Estados com tendência de crescimento acima de 95% de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em longo prazo. A informação é da Fundação Osvaldo Cruz, que emite o boletim InfoGripe. O responsável pelo levantamento Marcelo Gomes crê que os eventos de fim de ano, somados com o surto da nova variante da H3N2 , podem ter contribuído para a explosão dos casos. “Esse fato torna fundamental a retomada de ações de conscientização da população e minimização de risco para mitigar o impacto ao longo do início do ano de 2022”, apontou o pesquisador.

O infectologista Antônio Bandeira também vê o avanço da Ômicron como responsável pelo aumento exponencial dos casos no Brasil e na Bahia. Assim, além de manter os cuidados tomados para conter as outras variantes, ele faz um alerta para que os atrasados em qualquer uma das doses regularizem a situação o quanto antes. E, se chegar a vez de tomar a terceira dose, melhor ainda. “É fundamental a vacinação de reforço para todos aqueles que já foram vacinados com 2 doses. E quem não se vacinou até o momento deve procurar imediatamente os Serviços de Saúde para se vacinar, pois a aceleração das contaminações pode gerar infecções graves em não-vacinados”, disse o especialista atuante no Hospital Aeroporto e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.


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