O setor de Turismo, um dos principais pilares da economia no Brasil, pode perder 358,3 mil empregos diante de novo veto do governo Ă medida provisĂłria pelo ajuste na alĂquota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre as remessas de valores ao Exterior, aponta a Abav.
De acordo com um relatĂłrio encomendado pela Abav, Braztoa e Clia Brasil, com base no exercĂcio de 2019, a medida pode significar uma perda de faturamento para as empresas estimada em R$ 11,3 bilhĂ”es e um choque negativo de R$ 5,2 bilhĂ”es sobre a indĂșstria de Turismo, alĂ©m de uma retração de mais de R$ 16,7 bilhĂ”es no valor anual de produção da economia brasileira.
A manutenção da atual alĂquota tambĂ©m pode causar a perda de quase 360 mil empregos. Na arrecadação de impostos, o governo deixarĂĄ de obter uma receita superior a R$ 1,3 bilhĂŁo.
Pleito prioritĂĄrio das trĂȘs entidades em BrasĂlia, o imposto chegou a ser zerado de 2010 a 2015, mas a partir de 1º de janeiro de 2016 a Lei 12.249 passou a exigir como devido o recolhimento do IRRF com a alĂquota de 25%. Desde entĂŁo, as associaçÔes lutam pela alĂquota zero, tendo alcançado uma vitĂłria parcial, ainda em 2016, com a redução da alĂquota para 6% atĂ© 2019, quando voltou a subir para 25%.
Com as articulaçÔes intensificadas nos Ășltimos dois anos, e embasadas por estudos que apontam para a improcedĂȘncia da aplicação do tributo e os enormes impactos socioeconĂŽmicos e concorrenciais advindos da manutenção do mesmo, as entidades ganharam o apoio de parlamentares na redação de uma nova medida provisĂłria, que apĂłs uma sĂ©rie de negociaçÔes e revisĂ”es de texto, chegou a receber as assinaturas dos ministĂ©rios da Infraestrutura e do Turismo, mas acabou alterada pela pasta da Economia ao contemplar a redução apenas para o setor aĂ©reo na contratação de leasing de aeronaves.