A Lavagem do Bonfim, pelo segundo ano consecutivo, aconteceu de maneira bastante reduzida e sem a presença de grandes multidões nas ruas. Em ano eleitoral, contudo, a classe política não deixou de se manifestar sobre a data nas redes sociais.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), pediu para que os fiéis permanecessem em casa. "Com fé, oremos de casa! Este é o segundo ano que não teremos os tradicionais festejos da Lavagem do Bonfim. Mais um ano em que a gente não vai a pé, celebrando uma das mais belas manifestações de nossa cultura. Mas a nossa fé continua a mesma", escreveu.
O petista também pediu orações diante do agravamento da pandemia. "Ao Senhor do Bonfim, guarda imortal da Bahia, agradeço pela saúde e pela minha família. Rogo a ele que continue nos dando forças para continuar trabalhando pelos baianos e baianas. Que Ele, em sua infinita bondade e sabedoria, continue abençoando nosso povo para superarmos esse vírus e seguirmos em frente. Que Deus nos abençoe!", finalizou.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), lamentou o cancelamento da festa. "Mais um ano que não vamos fazer aquela caminhada de 8km para subir a Colina Sagrada, mas, ainda assim, percebo que a fé dessa cidade nunca foi tão forte. Temos enfrentado muitos desafios, mas a força da gente, a união e a nossa responsabilidade são fundamentais para superarmos essas dificuldades. Que o nosso Senhor do Bonfim abençoe e proteja cada um de nós hoje e sempre!", postou.
O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), disse que a data é um momento de resgatar memórias. "Hoje é dia de resgatar memórias de um dos momentos mais esperados do calendário de festas populares da nossa amada Bahia: a festa do Senhor do Bonfim. Mas também é dia de saudade, porque esse ano não poderemos contar com essa celebração alegre, democrática e pela fé que nos une. Que aproveitemos o silêncio da festa para nos conectarmos com o sagrado e pedir ao nosso Senhor do Bonfim que continue abençoando o nosso estado e enchendo o coração dos baianos de esperança. Que possamos preencher essa saudade com o nosso coração em oração".
O ex-prefeito de Salvador e candidato ao Governo da Bahia, ACM neto (DEM), foi outro que lamentou. "Onde eu queria estar agora? Vestindo branco, recebendo o carinho das pessoas da Conceição da Praia à Colina Sagrada, tomando aquele banho de folha que lava a nossa alma de verdade, renovando a minha fé e ficando encantado, como se fosse a minha primeira vez ali, com o batuque, a multidão, o sincretismo, a capoeira e o cortejo das baianas. Que saudade dessa festa que faz a gente sentir a força da Bahia e a energia que só a nossa gente tem. Peço a Nosso Senhor do Bonfim que nos abençoe, nos proteja e ilumine todos os nossos caminhos. Amém".
O senador Jaques Wagner afirmou que "infelizmente, será mais um ano distante da Sagrada Colina, sem as ruas da Cidade Baixa tomadas de gente vestindo branco e a nossa tradicional caminhada de agradecimento e devoção". "Mas com saudade e muita fé, desejo que tenhamos saúde para estarmos juntos o quanto antes, celebrando a diversidade religiosa, a cultura e a força do povo baiano. Que o Senhor do Bonfim nos abençoe!", emendou.
O Padre Edson Menezes, reitor da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, realizou uma missa, transmitida pela internet, em homenagem póstuma às vítimas da Covid-19. Desde o início da pandemia, o Brasil perdeu 620.371 vidas para a doença. A média móvel de infecção pelo vírus aumentou, no país, 328% nos últimos 8 dias. O dado coincide com o surgimento e circulação da cepa ômicron.