12/01/2022 às 11h22min - Atualizada em 12/01/2022 às 11h22min

Crianças entre 5 e 11 anos são 9,3% das mortes por covid na Bahia

Índice só fica atrás de São Paulo, que reuniu 22% dos falecimentos pela infecção. O sinal verde para a vacinação infantil poderá evitar que mais vidas se percam tão cedo

AB NOTICIAS NEWS
Tribuna da Bahia
Reprodução

O primeiro mês do ano é também a época em que pais e responsáveis se movimentam para garantir a matrícula, fardamento e uniforme escolar dos seus pequenos. Porém, um levantamento feito pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) com dados compilados no Portal de Transparência do Registro Civil revelou que 324 crianças entre 5 e 11 anos não poderão esperar o reencontro com os coleguinhas, vitimadas por complicações da Covid-19. Meninos e meninas foram igualmente afetados, com 162 registros de falecimentos em cada grupo. A turma que está descobrindo as letras foi a mais prejudicada: 65 óbitos foram de crianças com cinco anos. O número de registros onde a causa da morte tem alguma relação com a pandemia também preocupa. Foram 77 laudos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 30 com razão indeterminada e 57 por morte súbita.

A Bahia é o segundo estado que mais perdeu crianças para a crise sanitária: foram trinta vidas no grupo que só teve a vacinação aprovada nas últimas semanas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), representando 9,3% dos registros compilados pela Arpen. O Estado perde apenas para São Paulo, que teve 22,8% dos falecimentos registrados em cartório. Em 2021, foram 174 mortes por Covid-19 no grupo de 5 a 11 anos, pouco mais do que no primeiro ano de pandemia, quando 150 crianças perderam a vida por complicações da doença. Ainda não foram registradas mortes neste ano, e a Arpen informou que os cartórios dispõem de um prazo de dez dias para enviar os dados ao Portal da Transparência. Gustavo Fiscarelli, presidente da associação, lamenta os números. “Embora reduzidos, os óbitos de crianças fazem parte deste triste momento que estamos vivendo, e que a vacinação é o melhor caminho para que vidas sejam salvas”.

A taxa de letalidade do novo coronavírus entre crianças desde o começo da pandemia ficou em 0,1% no público até 9 anos, de acordo com informações da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Porém, pediatras e infectologistas alertam que a onda de novas infecções e óbitos nesse grupo é alarmante, e conclamam os responsáveis a protegerem suas crianças assim que a vacina estiver disponível. “As crianças não têm só casos leves da Covid. Elas morrem, elas agravam, elas ficam com sequelas”, frisou Renato Kfouri, pediatra, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). O especialista recomendou e defendeu a urgência na vacinação de crianças em audiência pública realizada na última terça (04) pelo Ministério da Saúde, com a presença de outros profissionais da saúde. Na visão de Kfouri, tirar as crianças do fim da fila da vacina tem sido ‘uma luta’, e mais vidas podem ser perdidas se a recusa continuar, sobretudo com a desconfiança criada em torno dos imunizantes.
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