DivulgaçãoO Fiat Pulse ficou em evidência durante todo o ano. Ainda no começo de 2021, durante o BBB 21, a marca italiana aproveitou seu patrocínio ao programa para anunciar que lançaria um novo SUV, o seu primeiro. Depois promoveu a escolha do nome do modelo, e até mesmo a divulgação de detalhes da plataforma do carro e do novo motor 1.0 turbo causaram grande repercussão no mundo automotivo.
E já é possível notar que o utilitário esportivo pioneiro da Fiat tem conquistado o mercado. Afinal, em novembro ele emplacou 2.228 unidades, quase 1.000 carros a mais que seu principal concorrente, o VW Nivus, que fechou o mês com 1.251 unidades emplacadas. Para conhecer melhor o principal lançamento da marca italiana deste ano, AUTOO passou alguns dias com a versão Impetus Turbo 200, a mais completa do modelo, que mostrou as qualidades que podem fazer o Pulse incomodar os outros SUVs do mercado.
Este foi meu primeiro contato com o Fiat Pulse, já que não tinha andado e nem visto de perto o modelo até este teste. A unidade cedida pela marca era da cor Azul Amalfi com teto na cor Cinza Strato. Embora tenha achado a cor da carroceria bastante bonita, o teto pintado em cinza não me agradou, já que acho que o preto combina melhor.
De qualquer forma, o SUV da Fiat é o típico carro que te engana pelas fotos. Minha expectativa era que ele seria maior do que de fato é. Ao vivo e de perto, o porte do modelo é bastante semelhante ao do Argo. Essa comparação com o hatch também pode ser feita no interior, já que me senti como se estivesse em uma evolução do Argo. A posição de dirigir, por mais que seja mais alta, é bastante semelhante, embora o painel seja completamente diferente.
No entanto, essa semelhança desaparece ao começar a rodar com o carro. Afinal, o conjunto mecânico do Pulse é completamente diferente. A versão Impetus Turbo 200 traz sob o capô o motor 1.0 GSE turbo, que estreou no SUV. Como o carro estava abastecido com etanol, o propulsor oferecia sua potência máxima de 130 cv – com gasolina cai para 125 cv. Já o torque é 20,4 kgfm, independentemente do combustível.
Além de inaugurar o propulsor turbo, coube ao utilitário estrear o câmbio CVT que simula até sete marchas. O resultado deste conjunto mecânico é uma boa combinação. Porém, confesso que me causa um pouco de estranheza ver esse tipo de câmbio em um carro que não é de uma marca japonesa, embora a francesa Renault já utilize caixas CVTs há alguns anos.
Mesmo com essa sensação estranha, o câmbio casa bem com o motor. Por entregar seu torque todo em baixa rotação (aos 1.700 rpm), o Pulse é bastante ágil para mover seus 1.237 kg.
Além da agilidade, o rodar do SUV é bastante confortável. O curso maior de suspensão faz o Pulse encarar bem as ruas esburacadas da grande São Paulo. O teste do carro foi feito basicamente em trechos urbanos, com poucos momentos em rodovias, mas deu para perceber que o acerto de suspensão consegue segurar bem a carroceria em curvas mais rápidas. Mesmo sendo voltada para o conforto, ela dá conta quando é exigida.
E não é apenas neste aspecto que o Pulse é confortável. A direção elétrica é bastante leve e não cansa o motorista. O banco oferece um bom apoio e tem uma espuma que suporta bem o corpo mesmo após algumas horas ao volante. Também não é difícil achar a posição ideal para guiar o carro, já que há ajustes de profundidade e altura da coluna de direção, além da altura do próprio banco.
Também merecem elogios o painel de instrumentos digital, que é idêntico ao da Fiat Toro 2022, e a central multimídia de 10 polegadas, que consegue fazer o pareamento sem fio com os smartphones. Como o carro oferece também o carregador por indução, é possível utilizar o celular na central sem nenhum cabo.
Por enquanto o Pulse foi só elogios, mas nenhum carro é perfeito. Dessa forma, há alguns aspectos que incomodaram durante o teste. Um deles foram os sucessivos sustos que tomei por conta do sistema autônomo de frenagem de emergência. Caso eu demorasse um milésimo de segundo a mais para acionar o pedal de freio, o carro disparava um alarme e a mensagem “FREAR!” surgia no painel como se eu estivesse cochilando ao volante. Para não desativar o sistema por completo, optei por deixar o aviso na distância mínima da configuração. Ao menos os avisos praticamente sumiram.
E por falar em avisos, os sensores do carro fazem questão de te avisar até mesmo se uma moto passar por você no corredor. Como São Paulo tem uma infinidade de motos, a todo instante algum dos sensores avisa que há algo que pode colidir com o carro. No trânsito intenso, esse tipo de aviso incomoda um pouco e fui obrigado a desativar o alerta.
Porém, acredito que o que mais me incomodou foi o consumo do carro. Por ter um propulsor moderno e pequeno, esperava um pouco mais da média de consumo, que fechou em cerca de 6 km/l com etanol. Esse número chegou a ser pior em momentos de trânsito intenso, chegando a fazer 4,5 km/l.
Claro que este pode ser um problema da unidade testada, mas não deixa de ser um pouco abaixo da expectativa, já que é um propulsor repleto de tecnologia.
Difícil cravar que o Pulse é o melhor SUV pequeno, mas ele entrega um excelente conjunto pelos R$ 120.000 cobrados pela versão mais completa. Espaçoso, com um porta-malas razoável (370 litros) e bastante confortável, o modelo deve agradar quem busca um utilitário e gosta dos modelos da Fiat.
Seu design moderno e atraente é mais um aspecto favorável ao modelo. Resta saber se ele conseguirá manter o sucesso inicial nas vendas, mas ao que tudo indica, o Fiat Pulse será um dos principais competidores do segmento em 2022.
