A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,1% no trimestre encerrado em outubro. No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em setembro, a taxa de desemprego estava em 12,6%, atingindo 13,5 milhões de pessoas.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, responsável pela pesquisa, o aumento na ocupação foi impactado pelo número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, que chegou a 33,9 milhões, o que representa crescimento de aproximadamente 4% frente ao trimestre anterior.
Com o resultado, o nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, subiu para 54,6%, o maior desde o trimestre encerrado em abril do ano passado.
De acordo com a pesquisa, na comparação com o trimestre anterior, dos dez grupamentos de atividades, seis tiveram crescimento na ocupação e os demais ficaram estáveis. Ainda segundo a pesquisa, a conjuntura econômica do trimestre encerrado em outubro é muito diferente do mesmo período do ano passado, primeiro ano da pandemia de coronavírus. E a recuperação já mostra um cenário mais favorável para a ocupação no Brasil.
Juros - A alta da taxa básica de juros (Selic) e o maior risco de calote, por causa da estagnação da economia, fizeram os juros ao consumidor, que já eram exorbitantes, dispararem em 2021. Entre janeiro e novembro, as taxas médias cobradas nos crediários do comércio passaram de 72,7% para 80% ao ano. Os juros do cheque especial, por sua vez, foram de 127,7% para 140,3%. E os do cartão de crédito, de 257,1% para 340,8%, segundo levantamento da Associação Nacional de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Nesse período, a Selic foi de 2% para 7,75% ao ano (em dezembro subiu mais um pouco e alcançou 9,25%).
Esse aumento forte é visto também em outras linhas, como empréstimo pessoal de bancos e financeiras e o crédito direto ao consumidor. Na média, as taxas nos financiamentos cobradas dos brasileiros subiram neste ano, até novembro, 15,81 pontos porcentuais, segundo a pesquisa da Anefac, que coletou as taxas junto às principais instituições financeiras, enquanto no mesmo período os juros básicos avançaram 5,75 pontos porcentuais.
"Os bancos repassaram mais do que a alta da Selic para a taxa ao consumidor por conta da piora do cenário econômico, da expectativa de um risco maior de crédito", diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac.
Segundo ele, a perspectiva de piora da inadimplência ocorre não só por causa da inflação, que corrói a renda dos cidadãos, mas também pelo desemprego em patamares elevados. Além disso, há mais uma alta dos juros de 1,5 ponto porcentual já sinalizada pelo BC para fevereiro e a expectativa de retração da economia para o ano que vem. Isso sem falar de uma eventual onda da covid-19 por causa da nova variante do vírus, acrescenta.