18/07/2018 às 21h10min - Atualizada em 18/07/2018 às 21h10min

Presidente da Argentina elogia votação, mas evita opinar sobre aborto

Maurício Macri diz que debate sobre assunto, outrora tabu no país, deve ser valorizado

Agência O Globo -
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O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri Elza Fiúza/Agência Brasil

BUENOS AIRES - Faltando poucas semanas para a votação no Senado da Argentina do projeto de legalização do aborto, o presidente do país, Maurício Macri, afirmou nesta quarta-feira que se sente satisfeito de ver seu país discutindo um tema que, até há pouco tempo, “era tabu”. Mais uma vez, o chefe de Estado não revelou sua posição pessoal sobre o assunto, ao contrário de outros membros de seu gabinete. A vice-presidente, Gabriela Michetti, já declarou que é contra o aborto legal.

— É importante valorizar o que estamos conseguindo. Algo que era tabu está sendo debatido. Temos de entender a diversidade de visões — declarou Macri.

O projeto de lei que regulamenta o aborto no país foi aprovado na Câmara dos Deputados no mês passado, mas só entra em vigor se for aprovado pelo Senado no próximo dia 8 e sancionado por Macri. O presidente justificou por que tomou a iniciativa de promover o debate no Parlamento argentino, evitando se comprometer com um dos lados do debate.

— Porque é o caminho do crescimento. Temos de exercer liberdade com responsabilidade — frisou o chefe de Estado. — Este tipo de debate nos enriquece, não devemos ter medo

Em coletiva na residência oficial de Olivos, Macri respondeu a perguntas sobre vários assuntos da agenda local, entre eles uma denúncia de financiamento ilegal de sua campanha presidencial em 2015. O caso já está nas mãos da Justiça e envolve acusações de financiamento irregular, também, na campanha para as eleições legislativas de 2017.

De acordo com os documentos apresentados aos tribunais por dirigentes kirchneristas, a aliança governista “Mudemos” informou como supostos financiadores de suas campanhas cerca de 500 pessoas que vivem em favelas, são beneficiadas com programas sociais estatais e, em outros casos, são trabalhadores autônomos filiados ao partido do governo. Em alguns casos, os supostos financiadores negaram saber que estavam numa lista de pessoas que contribuíram às campanhas do macrismo.

— Continuaremos dando toda a informação necessária à Justiça — declarou o presidente, que defendeu a necessidade de discutir uma “lei para dar mais transparência ao financiamento da política”.

Macri evitou referir-se a denúncias específicas que, segundo informações publicadas pela imprensa local, preocupam cada vez mais a Casa Rosada.


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