16/07/2018 às 18h50min - Atualizada em 16/07/2018 às 18h50min

Em SP, mutirão de emprego feito por sindicato atrai 7 mil

Central sindical quer aumentar sindicalização após reforma trabalhista

Agência O Globo -
Agência O Globo -
Creditos da Foto: www.comerciarios.org.br

SÃO PAULO - Com o desemprego atingindo 13 milhões de brasileiros, a oferta de 1,8 mil vagas no comércio de São Paulo feita pelo Sindicato dos Comérciários de São Paulo atraiu uma multidão de 7 mil pessoas nesta segunda-feira ao centro da cidade, no Vale do Anhangabaú. Segundo balanço do presidente da entidade, Ricardo Patah, que também é presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), foram atendidas 2 mil pessoas e entregues senhas para os próximos dias. Vão ser atendidas 800 pessoas por dia até a próxima terça-feira.

— Muita gente que veio está há muito tempo sem emprego. Alguns chegaram às 23h do domingo - disse Patah.

O mutirão do emprego foi uma inicitiva do sindicato e da central sindical, que firmaram parcerias com empresas para oferecer as vagas de operadores de caixa, vendedores de roupas e veículos, açougueiros, entre outros. Com a inicitva, a UGT espera sindicalizar o maior número de pessoas possível. Depois da Reforma Trabalhista, a constribuição obrigatória dos trabalhadores aos sindicatos foi extinta, o que causou um problema de caixa às entidades.

— Queremos que as pessoas se sindicalizem, mas isso não será obrigatório - disse Patah.

Segundo o sindicalista, os departamentos de recursos humanos foram até a sede do sindicato para fazer o recrutamento. Além disso, havia um posto da Prefeitura para emitir carteiras de trabalho para quem não tinha o documento.

Para o advogado Otávio Pinto e Silva, sócio trabalhista do escritório Siqueira Castro e professor na Universidade de São Paulo, não há nenhuma irregularidade em o sindicato colaborar com as empresas na busca de mão de obra qualificada. Ele diz que o esforço também é válido no sentido de garantir maior filiação sindical, diante das mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista, entre elas o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical.

— Se as empresas têm vagas, é natural que o sindicato faça essa intermediação e também trabalhe pela qualificação profissional de seus filiados. O que o sindicato não pode fazer é forçar o trabalhador a se sindicalizar para que consiga o emprego. Isso fere uma cláusula da Constituição que trata da liberdade da filiação sindical. É o trabalhador quem tem que tomar a decisão se quer ou não se sindicalizar. Trata-se de um ato de escolha — disse Silva.


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