10/12/2021 às 15h31min - Atualizada em 10/12/2021 às 15h31min

Fábio Vilas-Boas rebate entrevista de Mandetta à Tribuna

Ministro deu entrevista à Tribuna afirmando que a Bahia possui vazios assistenciais

AB NOTICIAS NEWS
Tribuna da Bahia
Divulgação

O ex-secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas rebateu a entrevista do Ex-Ministro da Saúde Nelson Mandetta à Tribuna da Bahia, onde classificou a saúde do Estado com vazios assistenciais. Em nota enviada nesta sexta-feira (10), Vilas-Boas diz que Mandetta revela desconhecer a saúde da Bahia e lamentou as declarações. 

Na nota o ex-secretário descreve os feitos dos governos petistas na saúde da Bahia, e finaliza citando que "Tão preocupante quanto o grau de desinformação, é saber que ele é um dos responsáveis pela construção do projeto de Saúde do ex-prefeito e pré-candidato ACM Neto".

Confira a nota na íntegra: 

São lamentáveis as declarações do ex-ministro de Bolsonaro, o sul-matogrossense Luis Mandetta, em entrevista à Tribuna da Bahia, apontando vazios assistenciais no sistema de saúde do nosso Estado. Suas afirmações revelam total desconhecimento de como está estruturado o Plano Diretor de Regionalização do Estado (PDR), assim como, desconhece também o Projeto de Regionalização e Descentralização da Saúde, conduzido ao longo dos dois últimos governos estaduais.

Em 2007, quando Jaques Wagner assumiu o Governo Estadual, após duas décadas de governos ligados ao carlismo, toda a alta complexidade da saúde da Bahia era concentrada na capital do Estado. Não havia uma rede estadual de oncologia, nem de cardiologia, nem de ortopedia de alta complexidade nem de neurocirurgia no interior da Bahia. Essenciamente, tudo de alta complexidade era resolvido nos hospitais do Estado, em Salvador. Na média complexidade ambulatorial especializada (consultas com especialistas e exames de imagem), esse tipo de atendimento simplesmente inexistia.

Ao longo dos últimos 15 anos, foram construídos 16 novos hospitais e maternidades, 26 policlínicas regionais de saúde, além da ampliação, modernização, reforma e requalificação de dezenas de unidades de saúde. Somente na área de oncologia, foram e estão sendo implantadas novas

Unidades de Alta Complexidade em Oncologia - UNACONs - em Juazeiro, Barreiras, Irecê, Vitória da Conquista, Porto Seguro, Caetité, além do CICAN e do Hospital da Mulher, em Salvador. Na área de cardiologia, foram inaugurados serviços de cirurgia cardíaa e hemodinâmica em Barreiras, Irecê, Ilhéus, Salvador e, em breve, Porto Seguro. Os hospitais das cidades polo nas 9
macroregiões de saúde foram dotados de equipamentos e pessoal especializado para absorver a demanda de média e alta complexidade e tornar as regiões auto-suficientes, evitando transferências para fora das regiões. Somente na área de bioimagem, foram implantados serviços novos via PPP em 11 unidades, disponibilizando tomografia e ressonância magnética com laudagem remota. Apenas nos últimos 5 anos, a Bahia saltou de duas máquinas de ressonância disponíveis ao SUS, para 36.

Com o investimento histórico realizado nos últimos anos, a Bahia tornou-se modelo de gestão na saúde, passando a exportar soluções tecnológicas, como as aplicadas na Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, responsável, dentre outras ações, pelos sistemas digitais de regulação, lista única e monitoramento online de leitos, serviço esse que o Ministro teve a oportunidade de conhecer pessoalmente. Na gestão da saúde, a Bahia é pioneira e benchmark em Parcerias Público Privadas.

Tão preocupante quanto o grau de desinformação do ex-ministro de Bolsonaro, é saber que ele é um dos responsáveis pela construção do projeto de Saúde do ex-prefeito e pré-candidato ACM Neto. Com tantos nomes qualificados na saúde pública baiana, a importação de um consultor externo, sem qualquer vínculo histórico com o Estado, desmerece e desqualifica os profissionais de saúde da Bahia. Importante não esquecer que o ex-ministro possui fortes vínculos com os planos de saúde privados, tendo sido presidente da Unimed por muitos anos, além de ter sido financiado pela Amil na sua eleição para deputado federal e iniciado a sua gestão a serviço de interesses privatistas, chegando a participar de discussões para implantar um modelo de plano de saúde popular que iria minar o SUS.


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