06/12/2021 às 11h59min - Atualizada em 06/12/2021 às 11h59min

Pequeno negócio de chocolates planeja crescer 10 vezes com exportações

Aguimar Ferreira Chocolateria, sediada em Brasília, negocia envio de produtos para México e Emirados Árabes com apoio e treinamento da Apex-Brasil

AB Notícias News
InfoMoney
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Cacau de qualidade, produtos veganos, zero açúcar, sem glúten e alfajores inspirados na receita dos vizinhos argentinos traduzem a Aguimar Ferreira Chocolateria, pequeno negócio fundado em 2009, em Brasília (DF), e liderado pelo ex-jogador de futebol Alexandre Ferreira. A empresa familiar mantém uma loja na capital e prospecta o mercado internacional há pelo menos sete anos, quando criou uma linha personalizada de chocolates com a bandeira dos países em comemoração à Copa do Mundo de 2014.

Mas foi só no ano passado que o negócio começou a trilhar os caminhos para exportar com base no programa de incentivo da Apex-Brasil. “A alta do dólar observada nos últimos meses contribuiu para que os produtos brasileiros ficassem mais atrativos no mercado internacional”, diz Ferreira, que ao identificar a oportunidade se inscreveu no PEIEX, Programa de Qualificação para Exportação oferecido pela Apex-Brasil.

O curso online e gratuito, que tem universidades e centros de pesquisa como parceiros, abriu as portas do mundo para o negócio sediado na capital do Brasil, que planeja crescer 10 vezes impulsionado pelas exportações.  “Entendia a exportação como um lugar escuro e distante, uma questão complexa de trabalhar”, diz Ferreira que considera o PEIEX como um divisor de águas para o negócio.

 

A iniciativa mapeia os passos da jornada que as pequenas e médias empresas devem trilhar para viabilizar as exportações. Isso inclui desde obter certificações e aderir a modalidades diferenciadas de frete, até o desenho das embalagens.

Planejamento e estratégia

Ao enumerar os pontos que precisavam ser melhorados para tornar a Aguimar Ferreira Chocolateria uma exportadora, Ferreira colocou o assunto como prioridade tanto nos processos internos, quanto na prospecção de parceiros. Foi na plataforma Connect Americas – iniciativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com a Apex-Brasil, que o empresário se conectou com compradores e vendedores de produtos no continente americano. As conversas com uma importadora do México interessada em distribuir alfajores para uma grande rede de supermercados se mostraram promissoras.

Mesmo sem falar espanhol, Ferreira avançou na negociação formal, que durou meses, com a ajuda de uma tradutora. “Me surpreendi com o fato de resolver a barreira do idioma de maneira criativa e leve. Nossa comunicação foi assertiva”, afirma. Com o negócio alinhado, o próximo passo foi colocar em prática a teoria adquirida no curso da Apex-Brasil: para atender à demanda do novo cliente, de 240 mil alfajores no primeiro pedido, Ferreira adquiriu novas máquinas e promoveu mudanças na dinâmica de produção e finalização dos produtos, além de contratar profissionais especializados em controle de qualidade e nutrição.

Novos negócios

Perder o medo de exportar incentivou o empresário a se dedicar cada vez mais a buscar novos parceiros. O networking, apoiado pela Apex-Brasil, rendeu um novo negócio – ainda maior – com uma distribuidora dos Emirados Árabes interessada em comprar barras de chocolate. “Contamos com o apoio da Apex também para enviar as amostras de produtos, uma ação estratégica”, diz Ferreira.

 

Os árabes validaram a aprovação do chocolate com a proposta de comprar 9 toneladas do produto em barras por mês. O acordo mudou de maneira radical o dia a dia da empresa, que agora tem duas fábricas e se organiza para elevar a capacidade atual de produção, de 1 tonelada/mês, para 11 toneladas por mês até o segundo semestre de 2022. O processo refletiu no número de colaboradores, que avançou de 4 para 20.

“Depois que a gente entregar as primeiras cargas, a ideia é mapear o mercado em busca de mais clientes. A meta é elevar a produção para 20 toneladas por mês até 2024”, diz Ferreira. O reflexo no quadro de funcionários deve ser ainda mais expressivo. “Entre nutricionistas, pessoal da linha de produção, controle de qualidade e logística devemos empregar 250 pessoas”.

Vantagens de exportar

Além de balizar a expansão do negócio, o interesse de estrangeiros pelos chocolates eleva também a demanda dentro do Brasil. “O ato de exportar nos diferencia dos concorrentes ao gerar um selo de qualidade, o que reflete na valorização dos produtos no ambiente doméstico”, afirma Ferreira.

A Apex-Brasil ressalta que exportar abre espaço para a participação em feiras, missões empreendedoras e rodadas de negócio, o que abre um mapa de oportunidades – desde novos parceiros comerciais até a atração de investimentos estrangeiros.

“Do ponto de vista do pequeno empresário, exportar é uma jornada que exige dedicação e paciência. Mas o retorno é significativo não só para a evolução do negócio, como também para a vida dos colaboradores. Trata-se de um legado”, diz Ferreira.


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