06/12/2021 às 10h07min - Atualizada em 06/12/2021 às 10h07min

Agência contra pobreza e Corte anticorrupção: os planos de Moro para 2022

De olho nas eleições do ano que vem, o ex-ministro e ex-juiz destacou principais promessas de governo durante lançamento de livro

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Tribuna da Bahia
Antonio Cruz/ Agência Brasil

Na prancheta em que arquiteta os planos para apresentar em 2022, o ex-juiz Sergio Moro já tem o rascunho de uma Agência de Combate à Pobreza (o nome ainda não está fechado) e a criação de uma corte nacional anticorrupção no Poder Judiciário. Esse último ponto tem particular relação com os reveses sofridos pela Operação Lava-Jato na semana passada, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as condenações de Antonio Palocci e outros condenados. "Nossos tribunais não podem ter uma resposta assim tão formal para o problema da corrupção. Precisamos ter uma construção de uma jurisprudência que faça com que quem roubou dinheiro público arque com as consequências", afirmou Moro em entrevista exclusiva ao Correio Braziliense.

O  pré-candidato à Presidência, Sergio Moro (Podemos) declarou que uma de suas propostas - caso seja eleito nas eleições do próximo ano - será a criação de uma Corte Nacional Anticorrupção. Segundo o ex-juiz, é preciso "pensar um pouco fora da caixinha" para otimizar o combate do Judiziário contra os "poderosos".

"Temos que pensar formas para aprimorar o combate à corrupção, inclusive nas cortes de Justiça. Por isso, no nosso projeto, que estamos apresentando, propomos a criação de uma corte nacional anticorrupção", afirmou o ex-ministro de Justiça e Segurança Nacional do governo Bolsonaro.

Questionado sobre os custos deste novo tribunal no orçamento público, Moro ressaltou que "a ideia é utilizar as estruturas já existentes e atrair para a corte nacional anticorrupção os melhores servidores e os melhores magistrados do Judiciário, por meio de um processo seletivo que leve em conta, com procedimentos de devida diligência, não só a integridade dessas pessoas, mas também o comprometimento com o combate à corrupção, sem aumentar custos orçamentários".

Moro também afirmou - em entrevista ao Correio Braziliense -  que o Judiciário brasileiro "não é eficiente" e "é muito custoso". "A gente fala muito de corrupção. E, realmente, fora do período da Lava-Jato, e com outras raras exceções, como no caso do mensalão, a Justiça não tem funcionado contra os poderosos".

Um veterano de várias campanhas presidenciais explica o motivo de Sérgio Moro (Podemos) ter chacoalhado a chamada terceira via: até aqui, o ex-juiz está mostrando apetite e rumo. Não é pouco para quem era considerado um principiante na política, especialmente quando comparado a outras alternativas de grande quilometragem eleitoral, como Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), por exemplo.


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