30/11/2021 às 17h54min - Atualizada em 30/11/2021 às 17h54min

Estudo da Unesco faz alerta sobre educação na América Latina e Caribe

AB NOTICIAS NEWS
Agência EFE
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A Unesco apresentou nesta terça-feira os resultados do Estudo Regional Comparativo e Explicativo (ERCE), em que indica que América Latina e Caribe enfrentam uma crise educacional, com estudantes estagnados na aprendizagem desde 2013, sem alcançar competências mínimas, como leitura e matemática.

A análise abrange 16 países da região, incluindo o Brasil. Também fazem parte do estudo Argentina, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.


O estudo não detectou melhoras significativas na aprendizagem dos estudantes latinos e caribenhos entre 2013 e 2019, e ainda expôs uma grande insuficiência em leitura e matemática entre alunos do terceiro e sexto ano do ensino fundamental.

Os países que apresentaram uma alta de pontuação significativa em todas as áreas avaliadas foram Brasil, Peru e República Dominicana, com os dois primeiros tendo avanços mais fortes.

Sobre diferenças de gênero, cinco países contam com maiores desigualdades a favor dos homens em matemática (Brasil, Argentina, Costa Rica, Guatemala e Nicarágua.

A tendência na região, por sua vez, é que as mulheres obtenham os melhores resultados em leitura.

"Os dados do ERCE 2019 indicam que, pouco antes da pandemia da covid-19, a região estava, em média, praticamente estagnada, com baixos níveis nas competências que constituem na base para seguir aprendendo", afirmou Claudia Uribe, diretora do escritório regional da Unesco, que tem sede em Santiago.

"Isso aponta para uma geração inteira em risco de não poder desenvolver seu pleno potencial. É por isso que as medidas e as reformas educativas para melhorar a aprendizagem desde os primeiros anos de escolaridade, não podem esperar e devem ser priorizadas", completou.

RECORTE SOCIOECONÔMICO.

Os resultados do estudo também mostram alguns fatores que são associados à aprendizagem, como que, 40% a 50% das diferenças entre estudantes podem ser atribuídas às características da instituição de ensino que frequentam.

Dessa forma, o estudo revelou que, quanto o maior nível socioeconômico das escolas, maior foram os êxitos de seus alunos.

"É um indicador de que não está se cumprindo o requisito de igualar as oportunidades", apontou a Unesco.

A agência da ONU também alertou para as desvantagens sistêmicas que têm os estudantes de povos originários quanto ao desempenho, que podem chegar a ser materializadas em uma margem de até 100 pontos de avaliação.

""Precisamos voltar nossa atenção para as aprendizagens fundamentais e ter um plano para fortalecê-las". Somente assim poderemos avançar como região, para garantir o direito à educação de qualidade, sem deixar ninguém para trás", disse Uribe.

"Fazemos um convite para todos os países que, junto com a Unesco, estabeleçamos, de maneira urgente, uma agenda ampla e inclusive, que possibilite a todas as crianças de nossa região adquirirem a aprendizagem fundamental para seguir aprendendo", completou.

O ERCE 2019 é o quarto estudo do tipo realizado pelo Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação da Unesco, desde o início das atividades, em 1995.

A aplicação, feita em 2019, ainda antes da pandemia da covid-19, teve a participação de mais de 160 mil crianças da região, que estavam no terceiro ou no sexto ano do ensino fundamental, com avaliação do desempenho em leitura, escrita, matemática e ciências.

 


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