Grafitti contra enchente lança documentário no Taboão da Serra

Grafiteiros e artistas urbanos incluem a violência na temática do evento

O Grafitti contra a enchente, evento que se aproxima da sua sexta edição, comemora uma trajetória de luta e transformação a partir da arte urbana, no próximo dia 04 de dezembro. Gamão, líder do movimento, à frente da Racha Kuka Produções, apresentará o documentário que narra os seis anos em que a comunidade do Taboão da Serra reagiu em formas e cores, fazendo do seu problema mais agudo um festival internacional de cultura Hip Hop.
A saga desses jovens começa no ano de 2014 quando uma grave enchente tomou conta desse pedaço sofrido da região metropolitana. Moradores dos bairros Jd. Silvio Sampaio, Jd Leme, Trianon, Jd Clementino, Parque Pirajussara, Parabá e o centro  de Taboão da Serra viram seu patrimônio, seus sonhos e até suas vidas em meio às enxurradas que, dessa vez, atingiu seu nível mais severo.
A inércia do poder público levou Gamão e sua trupe às ruas, aos muros e, da quebrada, eles ganharam o mundo. Em cinco edições, o Grafitti contra a enchente já reuniu mais de 2000 grafiteiros do Brasil e da América Latina, Japão, EUA, Alemanha, mais de 50 grupos musicais e um sem-número de manifestações culturais (teatro, poesia, atividade com crianças etc).

Com a Pandemia do Covid 19, ainda não será possível repetir o evento no seu formato tradicional. O pré-lançamento do documentário, acontecerá em versão pocket, evitando aglomerações. Entretanto, novos temas chamam a atenção desses artistas. A violência contra a mulher, por exemplo, acabou alcançando outra dimensão, com o isolamento. É preciso quebrar esse silêncio e os muros não se calarão.
Serão 30 grafiteiros, reunidos a partir das 10h, com música, poesia, atrações infantis e muita reflexão. Professores e alunos das escolas da região se unem ao Grafitti contra a enchente e fazem da temática, assunto de reflexão e discussão para o ano que se anuncia. O evento retorna em 2022, na luta e na força da quebrada.