29/11/2021 às 12h25min - Atualizada em 29/11/2021 às 12h25min

Ocupação de UTIs pediátricas para a Covid chega a 95% em Salvador

Pandemia avança entre as crianças, que ainda não podem se vacinar. Todos os dez leitos do Martagão Gesteira estão ocupados com casos graves da doença

AB NOTICIAS NEWS
Tribuna da Bahia
Michael Dantas/AFP

Em meio à descoberta de uma nova variante do coronavírus e a tomada de medidas para evitar que ela chegue à Bahia, há um indicador epidemiológico que vem preocupando as secretarias de saúde e principalmente os pais com crianças abaixo dos doze anos de idade: a taxa de ocupação nos leitos de UTI pediátricos. De acordo com dados disponibilizados pela Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, vinculada à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a Bahia está com 23 das 29 vagas específicas para tratar a Covid em crianças ocupadas. Em Salvador, que abriga vinte leitos, o cenário é ainda mais delicado. No Hospital Martagão Gesteira, dedicado exclusivamente ao cuidado infantil, todos os dez leitos estão ocupados, enquanto no Instituto Couto Maia só há um leito de UTI disponível entre os dez aptos a receber crianças infectadas pelo vírus.

Desde o início da pandemia, 51.483 crianças até 9 anos testaram positivo para o Sars-CoV-2, sendo 4.766 em Salvador; e 88 meninos e meninas perderam a vida por complicações da doença. Esses números vão tirando o sono dos responsáveis pelos pequenos, sobretudo em tempos de retomada das atividades, incluindo a volta das aulas presenciais, e quebram a tendência vista durante o primeiro ano de pandemia, quando a população pediátrica era considerada de baixo risco para a Covid-19, já que 85% dos casos confirmados se manifestavam na população adulta, segundo a Dra. Márcia de Andrade, médica e professora do curso de Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ-MG). Ela explicou que os números mais baixos de casos e mortes entre crianças durante a crise sanitária podem ser explicados por um conjunto de fatores, incluindo menor frequência de comorbidades em comparação aos adultos e idosos, e já terem sido infectadas com outros tipos de coronavírus anteriormente.

A especialista alertou, no entanto, que pais e responsáveis devem se manter atentos e não descuidar das medidas de prevenção adotadas durante todo o tempo de pandemia.   “Apesar de a letalidade ser ainda inferior na faixa pediátrica, quando comparado aos adultos, nós não podemos afrouxar a vigilância”, disse Andrade para a Residência Pediátrica, salientando que a ampliação da campanha de vacinação e a manutenção dos protocolos ajudam a aplacar a vulnerabilidade das crianças, que ainda não foram liberadas para receber os imunizantes. Preocupada com a permanência dos casos ativos na casa de 3 mil pelo terceiro dia consecutivo, Tereza Paim, titular da Sesab, também acredita que o enfrentamento da Covid é um esforço coletivo, a fim de que o vírus não se espalhe ainda mais. “Essa é uma doença colaborativa. Na medida em que as pessoas não seguem recomendações de uso de máscara, de distanciamento físico e, principalmente, de completar o esquema vacinal, teremos novos casos”, argumentou.
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