Romildo de JesusO ‘ensaio para a vida’, slogan que acompanhou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desde a sua criação, terminou na tarde de ontem, quando foram esperados mais de 170 mil candidatos nos locais de prova da Bahia, quase 50 mil deles em Salvador, para responderem a 45 questões de Matemática e Suas Tecnologias e outras 45 de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias. Foram cinco horas de prova, que se iniciou pontualmente às 13h30 e teve fim às 18h30, quando os últimos candidatos deixaram as salas de aplicação com os cadernos de questões, e a expectativa de terem se saído bem o bastante para conquistarem a tão desejada vaga na universidade. Os gabaritos oficiais estão previstos para saírem nesta quarta-feira (01), de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), e a abstenção média se manteve na faixa dos 25% como registrado no domingo passado (21).
Daniela Santos, que completou 24 anos justamente no segundo dia de provas, sonha em conquistar uma vaga em Publicidade e Propaganda e fez a prova pela primeira vez. Ela deixou os portões de uma escola em Água de Meninos sem o caderno de questões, às 16h10, mas acha que conseguiu ir bem. “Esse ano de estudo à distância foi um pouco difícil de acompanhar, me virei pra conseguir me preparar. Ainda bem que na área de Humanas o peso das provas de hoje não é tão grande”, disse. Egressa de escola pública, ela já está pesquisando as notas de corte para entrar na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), e já tem um segundo plano em relação à nota. “Vou tentar Prouni (Programa Universidade para Todos, no qual pode se conseguir bolsa integral ou parcial), se a nota de corte não der pra entrar numa faculdade pública. Pagar mensalidade integral está fora de questão”, explicou a candidata. O resultado final deve sair após a segunda aplicação do Enem para pessoas privadas de liberdade, quem se inscreveu na reabertura ou apresentou algum sintoma da Covid-19, que acontecerá nos dias 9 e 16 de janeiro de 2022.
O candidato que esperava ver a pandemia do novo coronavírus ou a vacinação citada nas questões do Enem teve suas expectativas frustradas: os dois temas ficaram de fora. Nas perguntas, houve referências ao vírus Ebola, à arboviroses como a dengue e ao desastre do rompimento da barragem ocorrido em Mariana (MG) em 2015. Quem está refazendo o certame sentiu diferenças no nível de dificuldade das questões em relação a anos anteriores. “A prova de matemática estava mais difícil, se comparar com o ano passado. Quem foi acreditando que dá pra resolver todas as questões na regra de três se deu mal”, avaliou o participante Luiz Fernando Silva, que almeja uma vaga de Engenharia Civil e disse não ter deixado de estudar um dia sequer; foram cinco horas diárias com a cara nos livros e apostilas. “O negócio agora é ter fé em Deus. Nem vou olhar o gabarito por causa do TRI (Teoria de Resposta ao Item), pra não sofrer antes da hora sem saber a nota final”, afirmou.
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