23/11/2021 às 12h16min - Atualizada em 24/11/2021 às 00h01min

Dicas para startups adotarem o ESG: Lições da COP26

Dicas para startups adotarem o ESG: Lições da COP26

SALA DA NOTÍCIA Gabriela Teodoro Cruz
Dicas para startups adotarem o ESG: Lições da COP26
*Por Monalisa Gomes
No último dia 31 de outubro começou, em Glasglow na Escócia, a COP26, evento que reúne quase 200 países e que receberá mais de 20 mil políticos, cientistas e líderes empresariais com o objetivo de discutir ações efetivas para acelerar os objetivos do Acordo de Paris de 2015 e da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Criada em 1994, dois anos depois da Cúpula da Terra, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Rio de Janeiro, a COP, como passou a ser chamada, se tornou a maior e mais importante conferência sobre o clima do planeta. Na agenda desse evento anual, as nações concordaram em ‘estabilizar as concentrações de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera’ para prevenir uma interferência perigosa da atividade humana no sistema climático, que conta atualmente com 197 signatários. Diante desse cenário, a COP26 tem abordado a urgência para atender a esse tratado. Isso porque, segundo estudo climático da Met Office, financiado pela União Europeia, pelo menos 1 bilhão de pessoas serão afetadas pelo calor extremo se as temperaturas globais aumentarem 2°C, em decorrência dos GEE. Sendo que, os países tropicais, incluindo o Brasil, são os mais atingidos pelo estresse do extremo de calor, com algumas regiões atingindo temperaturas acima do limite da capacidade humana. Ou seja, de 94 para cá, não atingimos o objetivo de reduzir a poluição e a emissão de GEE no planeta. O próprio ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Barack Obama, salientou: “Não fizemos o suficiente para enfrentar essa crise”. Mas, enquanto os líderes mundiais serão os rostos de quaisquer acordos que forem firmados, as startups, ou greentechs, estarão na vanguarda do desenvolvimento de novas tecnologias que podem transformar essas promessas em realidade, por meio de oportunidades para negócios inovadores, muito necessárias na luta contra as mudanças climáticas. E por que estamos falando sobre startups e COP26? Porque tem tudo a ver! É desse encontro global que sairão as metas e tendências de redução de gases de poluentes, melhoria e renovação das fontes de energia que utilizamos e o futuro dos hábitos de consumo. Por exemplo, há 20 anos, os veículos elétricos pareciam pertencer a um futuro distante, coisa de filmes de ficção, e hoje batem recordes de vendas, como mostra o último estudo da PwC sobre o setor, com um aumento de 123% somente no primeiro trimestre desse ano, em todo o mundo. Ou até mesmo, quem imaginaria há 10 anos, que a Europa estaria fechando usinas de carvão graças ao boom da energia eólica e solar no continente? Empresas de tecnologia no segmento de energia limpa, estão na vanguarda do corte de emissões de GEE e há centenas de greentechs em todo o mundo assumindo esse desafio e, não só inovando a uma taxa sem precedentes, mas entregando soluções que democratizam o acesso a esse tipo de energia. O ESG para as Startups Todas as startups, não só com soluções, mas também com mindset realmente inovador já tiveram ou estão tendo reuniões ao longo do último ano sobre Meio Ambiente, Social e Governança (ESG).

E não só porque esse tema tornou-se notícia no mundo dos negócios, mas também porque as empresas querem provar – para seus clientes, parceiros e fornecedores - que estão levando suas responsabilidades para além do balanço societário. Esse é um passo importante para qualquer startup, no início de operação ou já madura, indiferente do setor de atuação no mercado, mostrar o quão empenhada está com o meio ambiente. Afinal, não é preciso ser literalmente uma greentech para ajudar a transformar o mundo. Por isso, sugiro aqui, algumas dicas de como é possível colocar em prática uma cultura voltada ao meio ambiente: Pegada de Carbono: Traçar o mapa de geração de carbono de uma empresa não é fácil e rápido, mas é uma maneira eficiente para ajudar a encontrar pontos de emissão de CO2 na operação de um negócio, e uma vez encontrados, esses pontos podem ser mais facilmente fechados. Há soluções e serviços de consultoria, que podem servir para o tamanho da sua startup; Chefe de Sustentabilidade (Chief Sustainability Officer - CSO): Esse é um cargo que vem ganhando destaque em muitas startups e grandes empresas em todos os países. Esses profissionais supervisionam atividades relacionadas à redução dos impactos ambientais e à aplicação dos princípios de sustentabilidade em cada etapa dos negócios. Eles desenvolvem, implementam e avaliam programas para seus empregadores que apoiam os objetivos de sustentabilidade social, ambiental e econômica; Compensação de Carbono: Toda empresa emite CO2 em sua operação, por isso, as startups que disponibilizam de mais recursos, podem adotar a compra de Créditos de Carbono, uma maneira de realocar o gás carbônico na atmosfera. Funciona assim, um (1) Crédito de Carbono equivale a uma (1) tonelada de gás carbônico emitido, ou seja, você estaria comprando o equivalente à sua emissão de CO2, por exemplo, de empresas que investem em ações sociais, comunidades locais e ambientais. A Compensação de Carbono já é considerada um novo mercado, e tem mobilizado milhares de instituições e até pessoas em todo o mundo. Ao todo, esse setor movimentou 229 bilhões de euros em 2020. Atualmente, são inúmeras as opções para compra e venda de créditos de carbono, o que, assim como as startups, há alguns anos não era comum de se ver. E é isso que nos dá esperança no futuro. Os novos desafios que estamos enfrentando, e que não são poucos, como a escassez de recursos hídricos, o aumento da poluição e do consumo desenfreado entre outros, exigem novas soluções e as startups serão sem dúvida uma peça importante para conseguirmos, por meio da inovação e da tecnologia, salvar o planeta. *Monalisa Gomes é conselheira consultiva para ESG da Edmond. A executiva possui ampla trajetória no setor de Energia Solar, tendo sido CEO da Fronius no Brasil. Além disto, atua como facilitadora de aprendizado para o curso de Liderança em Inovação no MIT (Massachusetts Instituteof Technology), é professora convidada da Fundação Dom Cabral para programas de desenvolvimento de lideranças em Organizações Humanizadas e Positivas; mentora do programa de liderança feminina do "Nós por Elas"; membro do conselho consultivo do "Fórum da Diversidade e Inclusão" da CKZ Diversidade; e também Associada voluntária influente e idônea para promover o programa em território brasileiro da ONG "Aldeias Infantis" - (SOS Kinderdorf)


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