11/07/2018 às 22h20min - Atualizada em 11/07/2018 às 22h20min

FMI reforça que economia brasileira tem desempenho ‘abaixo do potencial’

Diretores destacam importância de reformas e lamentam por falta de ajuste na Previdência

Agência O Globo -
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Logo do FMI na sede da entidade, em Washington (EUA) - Andrew Harrer / Bloomberg Leia mais:

WASHINGTON - O Fundo Monetário Internacional (FMI) ratificou nesta quarta-feira a avaliação de que a economia brasileira tem tido desempenho abaixo do potencial e reforçou a necessidade de reformas estruturais para garantir um crescimento sustentável. As recomendações fazem parte do chamado Artigo IV, e aprovado nesta semana pela diretoria do organismo.

Na avaliação dos diretores executivos do Fundo, o país até tem notícias boas, como a redução da inflação e a chamada ancoragem das expectativas para a alta de preços. Mas pontuaram riscos, essencialmente associados à incerteza sobre a aprovação das reformas. Em referência ao fracasso do governo para aprovar a reforma da Previdência, destacaram que o ajuste no sistema de aposentadorias segue importante, diante da perspectiva de que a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) alcance a marca dos 90% já em 2023. A dívida aumenta com a necessidade maior do governo de se financiar para cobrir o rombo dos cofres públicos.

“Diretores encorajaram que as autoridades continuem seus esforços para garantir a sustentabilidade fiscal e remover impedimentos estruturais para um crescimento forte e duradouro. (...). Eles lamentaram que algumas medidas para o orçamento de 2018 não foram aprovadas, mas destacaram positivamente o comprometimento das autoridades em poupar qualquer desempenho extraordinário de arrecadação. Os diretores concordaram que a reforma da Previdência é imperativa para garantir a sustentabilidade do sistema e aumentar a equidade”, pontua um dos trechos do documento.

O texto também reforça as recomendações feitas em maio, destacando que, pelas previsões do Fundo, a economia deve crescer só 1,8% em 2018, após dois anos de uma forte recessão.

“Uma ligeira recuperação está em andamento, respaldada por políticas monetárias e fiscais acomodatícias. Contudo, o desempenho da economia está abaixo do potencial (), a dívida pública é elevada e crescente e, mais importante, sem reformas adicionais, as perspectivas de crescimento no médio prazo são pouco inspiradoras”, destaca o texto.

 

No documento, o Fundo lembra a necessidade dos ajustes, considerando o cenário global mais adverso. Ao longo do ano, os efeitos da alta dos juros americanos sobre países emergentes como o Brasil têm sido observados.

“Diante do cenário de aperto de condições financeiras globais, colocar o Brasil em um caminho de crescimento forte, durável e equilibrado requer um comprometimento com a busca de uma consolidação fiscal, reformas estruturais ambiciosas e um fortalecimento da arquitetura do setor financeiro”.

O FMI também faz referências às condições no cenário de comércio internacional, destacando a vulnerabilidade do Brasil. Nos últimos dias, o mundo tem observado os desdobramentos de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo.

“O Brasil também é vulnerável a um aperto das condições financeiras globais e possíveis distorções no comércio internacional, embora os efeitos de desvios comercais possam atenuar este impacto. Estes riscos podem ser ajustados se houver continuidade na agenda de reformas”.


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