11/07/2018 às 16h10min - Atualizada em 11/07/2018 às 16h10min

Número de mortos na Nicarágua chega a 264, diz OEA

Comissão Interamericana de Direitos Humanos denuncia ‘operações de limpeza’ e novas formas de repressão

Agência O Globo -
Agência O Globo -
Número de mortos na Nicarágua chega a 264, diz OEA

MANÁGUA — O número de mortos em confrontos entre o governo de Daniel Ortega e manifestantes nos últimos três meses na Nicarágua chegou a 264, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Um novo informe publicado nesta quarta-feira no conselho permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) indica que foram mortos mais 52 pessoas desde o fim de junho, além de vários feridos no “contexto de repressão atual”. Ainda nesta quarta-feira, o secretário da Associação Nicaraguense de Direitos Humanos (ANPDH), Álvaro Leiva, há evidências do uso de r armas militares de alto calibre e granadas de uso exclusivo do Exército nas cidades de La Trinidad, León, Sutiaba e Carazo.

No documento, a CIDH expressa sua preocupação com as informações recebidas sobre “operações de limpeza”, iniciadas em 5 de julho com o objetivo de desmantelar as barricadas em diferentes cidades do país.

— O Mecanismo Especial de Acompanhamento da Nicarágua (Meseni, criado pela CIDH em 24 de junho) observou com preocupação um aprofundamento e diversificação das formas de repressão contra a população manifestante e opositora, assim como contra aqueles que se encontram em tanques e barricadas em forma de protesto, e contra os que colaboram de qualquer forma com eles, incluindo familiares e vizinhos — disse o secretário-executivo da CIDH, Paulo Abraão.

Além dos mortos, no total, desde o começo da repressão, em abril, 1.800 pessoas ficaram feridas.

— A CIDH detectou um padrão de uso desproporcional da força, execuções extrajudiciais e detenções massivas e arbitrárias — denunciou Abraão.

Como resultado, um grande número de pessoas foi forçado a fugir de suas casas e se esconder, e se mudar para outros lugares dentro e fora do país. A CIDH também identificou, segundo o documento, uma nova modalidade de repressão: a tomada de terras por parte de grupos organizados, que invadem propriedades privadas para intimidar a população.


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