28/10/2021 às 09h10min - Atualizada em 28/10/2021 às 09h10min

Presidente de Taiwan confirma que EUA têm presença militar na ilha

AB NOTICIAS NEWS
Agência EFE
Reprodução
 A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, confirmou pela primeira vez que os Estados Unidos têm presença militar na ilha "para treinar tropas taiwanesas", corroborando relatórios publicados recentemente.
 

Em uma entrevista concedida na quarta-feira à rede americana "CNN", Tsai disse que existe uma "ampla gama de cooperação" com os EUA para "aumentar a capacidade de defesa de Taiwan", mas evitou especificar o número específico de tropas dos EUA na ilha, dizendo apenas que há "menos do que se acredita".

No início deste mês, o "The Wall Street Journal" havia noticiado, citando fontes anônimas, que um destacamento de cerca de 20 forças especiais e pessoal do Corpo de Fuzileiros Navais (Marines) havia ficado na ilha por pelo menos um ano para treinar tropas terrestres e marítimas de Taiwan.

Na semana passada, o presidente americano, Joe Biden declarou que "os Estados Unidos estão empenhados" em defender militarmente Taiwan caso a China decida atacar a ilha, o que não está confirmado nem excluído no Ato de Relações com Taiwan, fruto do 'status quo' criado em 1979 entre a China e os Estados Unidos.

Na entrevista à "CNN", Tsai declarou que, "dado o longo relacionamento" entre Taiwan e os Estados Unidos, ela tem "fé que os EUA defenderiam" a ilha no caso de um ataque da China.

Tsai disse ainda que a ameaça de Pequim "cresce a cada dia". Essa declaração foi dada poucas semanas após as incursões recordes de aeronaves chinesas na chamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (ADIZ), que fizeram as relações entre Taipé e Pequim passarem por "seu pior momento em quatro décadas", de acordo com o ministro da Defesa da ilha.

A presidente taiwanesa também disse estar disposta, na esperança de uma "coexistência pacífica", a se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping, já que "mais comunicação seria útil para reduzir mal-entendidos" entre os dois lados.

Na terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, encorajou todos os países membros da ONU a se unirem a Washington "no apoio à participação robusta e significativa de Taiwan em todo o sistema da ONU e da comunidade internacional" e descreveu a ilha como uma "história de sucesso democrático" e um "parceiro valioso" e "amigo de confiança" dos EUA.

Pequim, através do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Zhao Lijian, descreveu ontem o apelo de Blinken como "a maior ameaça à paz e à estabilidade no Estreito (de Formosa)".

Os Estados Unidos não têm relações diplomáticas formais com Taiwan, mas mantém laços não oficiais com a ilha, para a qual fornecem recursos de defesa.

Pequim, por sua vez, insiste em "reunificar" a China continental e a ilha, que tem sido governada autonomamente desde que a cúpula do partido nacionalista Kuomintang (KMT) se refugiou em Taiwan em 1949 após perder a guerra civil para os comunistas. Lá continuou o regime da República da China, que culminou com a transição para a democracia nos anos 90.

Recentemente, Xi Jinping, ao contrário de outras ocasiões em que não descartou o uso da força, insistiu na "reunificação pacífica", embora também tenha declarado que aqueles que "traem a pátria e procuram dividir o país serão desprezados pelo povo e condenados pela história". 


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