10/07/2018 às 20h40min - Atualizada em 10/07/2018 às 20h40min

Santos anuncia novas medidas para proteger ativistas na Colômbia

Plano inclui sistema de recompensas para informantes que possam ajudar a identificar responsáveis pelos crimes

Agência O Globo -
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Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (Cristiano Mariz/VEJA

BOGOTÁ — Diante de uma onda de assassinatos a defensores de direitos humanos, que aumentou após a assinatura do acordo de paz com as agora extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta terça-feira novas medidas para proteger ativistas, que incluem um sistema de recompensas para informantes que possam ajudar a identificar responsáveis pelos crimes. No total, foram mortos 181 líderes sociais desde 24 de novembro de 2016, um a cada três dias. Quatro líderes foram assassinados apenas na semana passada, no Pacífico, no Caribe e no departamento de Antioquia.

— Ratificamos a condenação e o repúdio a esses assassinatos, e não vamos descansar até encontrar e punir os responsáveis ​​por esses crimes hediondos — disse o presidente após um conselho de segurança nacional na Casa de Nariño. — A remuneração será ainda maior para a identificação de autores intelectuais desses crimes.

Segundo o presidente, a proteção dos defensores dos direitos humanos será uma prioridade de seu governo até que ele deixa o cargo, em 7 de agosto. Dentre as medidas, estão a aceleração, expansão e priorização de programas de proteção coletiva e aumento da segurança em municípios em risco — a maioria dos homicídios ocorreu em áreas com narcotraficantes ou mineração ilegal.

— Nós não vamos permitir que os avanços, que já vemos pela construção da paz, sejam ameaçados pela ação criminosa de grupos organizados que querem nos levar de volta a um passado de violência.

Apesar das autoridades competentes descartarem uma campanha sistemática para eliminar ativistas, em vários casos, acusam grupos de traficantes de drogas, rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das Farc pelos crimes.

Além da habitual debilidade dos líderes comunitários, sob a mira dos caciques locais e das redes mafiosas, somam-se aos problemas os confrontos entre gangues pelo controle do território esvaziados desde a assinatura do pacto. Na quarta-feira, Ana María Cortés, coordenadora local da campanha eleitoral do candidato Gustavo Petro, foi assassinada no município de Cáceres, no Noroeste do país. Na terça-feira, foi a vez de Margarita Estupiñán, presidente do Conselho de Ação Comunitária de um bairro de Tumaco, baleada na porta de sua casa.

Tumaco, por exemplo, é um município militarizado no qual dezenas de grupos armados tentam ocupar o vácuo deixado pelas Farc e tomar os mais de 23 mil hectares de coca. As colheitas aumentaram 11% em 2017 e ultrapassaram os 200 mil hectares.


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