26/10/2021 às 16h27min - Atualizada em 26/10/2021 às 16h50min

Especialistas em saúde e ciência se unem pedindo que OMS atualize sua política tabagista e aborde redução de danos

Carta redigida por cem especialistas pede urgência na modernização das diretrizes da organização para promover a inclusão da redução de danos do tabaco na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco

SALA DA NOTÍCIA Carolina Bezerra
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FABRICE COFFRINI/AFP
Modernizar as políticas de tabaco levando em consideração o fato de que os produtos sem fumaça - como cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido - são menos nocivos que os cigarros, e contribuem para uma política de redução de danos no tabagismo. Este é o apelo de cem especialistas entre cientistas, médicos e outros profissionais do setor que enviaram uma carta aos 182 países membros da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo em vista a nona 'Conferência das Partes' agendada de 8 a 13 de novembro de 2021. 

O documento apresenta sete pontos sobre estratégias de saúde pública em relação ao tabagismo e destaca que a política de redução de danos pode salvar vidas. Os especialistas consideram os produtos alternativos ao cigarro como um meio "menos tóxico e prejudicial” para enfrentar o problema do tabagismo que, em alguns casos, pode ajudar aqueles que seguirão fumando cigarros.


Eles reconhecem que ainda existe incerteza sobre os benefícios e riscos de longo prazo associados ao mercado em evolução de produtos de tabaco sem fumaça, porém, acham necessário que exista uma discussão para que os fumantes possam encontrar alternativas menos prejudiciais para a saúde. E segundo os especialistas, esse tipo de discussão pode prevenir milhões de mortes relacionadas ao fumo.

De acordo com o documento, “grande parte da retórica da OMS enquadra a redução de danos do tabaco como uma estratégia da indústria para minar o controle do tabaco. Mas isso ignora o apoio substancial de especialistas para a redução de danos do tabaco na saúde pública e controle do tabaco”.

A carta apresenta seis recomendações dos especialistas, entre elas a de que as “partes da CQCT adotem uma abordagem mais questionadora e assertiva em relação à defesa da OMS sobre alternativas sem fumaça ao tabagismo e realizem o seguinte: Tornar a redução de danos do tabaco um componente da estratégia global para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para a saúde, especialmente o ODS 3.4 sobre doenças não transmissíveis”.

Os especialistas finalizam o documento pedindo que as negociações dentro da CQCT sejam “mais abertas às partes interessadas com perspectivas de redução de danos, incluindo consumidores, especialistas em saúde pública e algumas empresas com conhecimento especializado significativo não mantido dentro da comunidade tradicional de controle do tabaco”.
 


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