10/07/2018 às 16h10min - Atualizada em 10/07/2018 às 16h10min

Pepsi garante ganho: consumidores cortam açúcar, mas não sal

Fabricante perde com refrigerantes e lucra com batata chips

Agência O Globo -
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(Foto: Divulgação)

NOVA YORK - Consumidores nos Estados Unidos têm reduzido o consumo de açúcar por causa das preocupações com a saúde, mas o sal continua com seu espaço garantido na dieta. Pelo menos é o que se observa a partir do resultado da Pepsi: a empresa amarga com a queda no consumo de refrigerantes — o menor nível em mais de 30 anos —, mas continua com ganhos nas vendas de batatas chips e salgadinhos de milho, que não mostram sinais de menor apetite.

Neste cenário de busca por bebidas mais saudáveis, é a unidade da Frito-Lay — com marcas como Lay’s, Doritos e Cheetos — que têm sustentado o crescimento dos negócios. O lucro veio maior que a expectativa de analistas no último trimestre. As ações tiveram a maior alta em mais de cinco anos, mas pressiona a empresa por uma nova estratégia no segmento de bebidas.

— Frito-Lay tem sido uma força importante, mas eles terão problemas se houver desaceleração. Nenhum negócio é a prova de balas — afirma Ken Shea, analista da Bloomberg Intelligence.

A unidade Frito-Lay teve alta de 5% do lucro, enquanto a de bebidas registrou perda de 16%. Houve influência de maior custos de transportes e também dos preços do alumínio usado para as latas por causa das tarifas impostas pelo governo Donald Trump, segundo o diretor financeiro Hugh Johnston. Também pesou um maior volume de gastos com publicidade, na eterna competição com a rival.

A Coca-Cola, que não tem uma unidade de alimentos na qual se sustentar, vem gastando com publicidade e lançou uma ofensiva no início do ano, com a nova Diet Coke, em quatro sabores e embalagens novas. No ano passado, o volume de vendas caiu 4,3%. A modernização garantiu a primeira alta nas vendas desde o quarto trimestre de 2010.

Para a diretora-executiva da Pepsi, Indra Nooyi, a busca de uma solução para os negócios em bebidas é uma prioridade:

— Estamos focados em colocar o negócio de volta aos trilhos. Sabemos exatamente o que precisa ser feito e estamos fazendo.

 

As preocupações com um estilo de vida mais saudável têm derrubado a demanda pelo açúcar no mundo, justamente numa fase de alta da produção mundial. O consumo continua crescendo mundialmente, mas o ritmo foi reduzido: a média anual é de 1,4% nos últimos anos, enquanto foi de 1,7% na década passada, segundo a Green Pool Commodity Specialists.

Enquanto isso, os estoques de açúcar estão no maior nível já registrado na história, e devem se manter nesse patamar no próximo ano, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Os preços da commodity já recuaram 25% em 2018, a maior perda do Índice de Commodities da Bloomberg, que acompanha 22 produtos.


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